sábado, 21 de dezembro de 2013

Cantatas de Natal no Metrô-DF

Estimadas(os),

Na quinta-feira passada, voltando para casa, desembarquei na Estação Águas Claras do Metrô. Após descer as escadas fui surpreendido por um grupo que cantava músicas natalinas. Muitos usuários estavam ao redor do grupo, apreciando as belas músicas natalinas. Infelizmente não pude ficar, pois eu tinha outros compromissos. Todavia, essa cantata natalina me fez refletir.

O sistema de transporte público coletivo de grandes cidades transportam diversos usuários diariamente, como é o caso de Brasília. Muitos recursos públicos são aplicados na infraestrutura, na aquisição de veículos e também na operação e manutenção do sistema.

Quando bem utilizado, o transporte coletivo possui um enorme potencial de desenvolvimento urbano, possibilitando significativos avanços econômicos, sociais, culturais e ambientais nas proximidades por onde passa. Da mesma forma, quando mal empregado, o transporte público pode proporcionar desastrosas consequências. 

Diante desse potencial do transporte público coletivo, entendo ser muito pouco encarar vultosos investimentos em infraestrutura para simplesmente atender os deslocamentos das pessoas. Trata-se de um potencial enorme de indução de desenvolvimento que, por vezes, não é devidamente considerado no planejamento. 

Nossas cidades vem investindo milhões de reais em grandes empreendimentos de mobilidade urbana, com foco no transporte público coletivo. Entretanto, muitas propostas se restringem a dar solução às demandas da população, eliminação de gargalos e consideram superficialmente que haverá valorização imobiliária.

Poucos gestores e políticos conseguem enxergar outras vantagens nesses investimentos em transporte. Imagine você dispor de R$ 1,0 bilhão de reais para investir em um mega corredor de ônibus (tipo BRT) que transporta mais de 20.000 passageiros por hora. É importante ter em mente que, com esses recursos, é possível gerar uma série de impactos positivos em várias áreas. Por exemplo, nas principais estações e nos terminais, é possível criar espaços adequados às atividades culturais e econômicas. Lugares de referência para que os usuários (e a população no geral) possam usufruir de eventos como apresentações teatrais, exposições de arte, concertos musicais, cantatas etc. As divulgações dos eventos podem ser feitas pelos próprios canais de comunicação e tecnologias do sistema de transporte: no interior dos veículos, nos sites etc.

Uma coisa puxa a outra. Tendo espaços públicos para apresentação nas principais estações e terminais, cria-se um ambiente favorável (infraestruturas adequadas) às atividades culturais, sendo possível viabilizar projetos, por meio de políticas de inclusão social, que tiram jovens do mundo das drogas e os colocam em lugares que dignificam o ser humano (e conferem maior conforto à família do viciado). Isso, por sua vez, gera impactos benéficos na área da segurança pública e deixa a cidade mais atrativa a novos investimentos. O usuário do transporte público também é beneficiado com a medida, pois ele terá uma opção cultural para usufruir (e não apenas mais uma viagem que precisa realizar). Trata-se de integração entre políticas públicas.

Também é possível utilizar esses espaços para atividades comercias, com políticas de incentivo a pequenas e micro empresas locais, auxiliando no desenvolvimento econômico. Além disso, pode-se explorar também a prestação de serviços públicos básicos, como o "Na Hora", e serviços bancários. É interessante também a descentralização dessas atividades, retirando o excessos de serviços (e ofertas de emprego) na área central da cidade e promovendo serviços e atividades em áreas carentes da cidade, buscando a sustentabilidade e independência local.

É isso pessoal! Fazer o bom uso dos recursos públicos é obrigação do gestor público e dos nossos políticos. Agora, para se destacar, é preciso fazer o melhor uso dos recursos públicos. 

Grande abraço!

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