quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Recesso...

Pessoal,

Vamos fazer um recesso por duas semanas. Voltamos no dia 11 de novembro de 2013! Até lá!

Abraços

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

População pobre enfrenta os maiores problemas de mobilidade urbana nas grandes cidades brasileiras


Pessoal,

Ontem o IPEA divulgou um comunicado a respeito dos dados do PNAD/IBGE relativos à mobilidade urbana. Com o aumento de renda do brasileiro, cresce também a taxa de motorização da população e se agravam os tempos gastos nas viagens casa-trabalho. Quem mais sofre com isso são as pessoas pobres com renda per capita entre meio e um salário mínimo. Outra observação interessante é a de que os benefícios do vale-transporte pouco influenciam pessoas em condição de extrema pobreza (renda per capita inferior a meio salário mínimo), evidenciando a necessidade de se implantar políticas específicas de mobilidade para trabalhadores informais e desempregados.

E você, prezado(a) leitor(a)? Em sua rotina de deslocamentos casa-trabalho, você tem gastado mais tempo a cada ano que se passa?

Brasileiro gasta, em média, 30 minutos para chegar ao trabalho
Comunicado do Ipea, divulgado nesta quinta-feira, 24, analisou dados da PNAD sobre mobilidade urbana
23/10/2013 16:19

Apesar de ter melhorado a renda e aumentado a posse de veículos automotores, a população pobre ainda enfrenta os maiores problemas de mobilidade urbana nas grandes cidades brasileiras. Entre as pessoas com renda per capita de meio a um salário mínimo, 17% passam mais de uma hora no deslocamento casa/trabalho. Essa proporção é seis pontos percentuais superior à registrada nas famílias mais ricas (acima de cinco salários mínimos).

Os extremamente pobres (renda de até um quarto do salário mínimo), por outro lado, passam, em média, tempo menor presos em engarrafamentos (58% gastam menos de 30 minutos). Essa situação, porém, reflete a falta de condições de mobilidade desse estrato da população, que se vê obrigado a trabalhar em locais próximos de casa por não poder pagar os custos do transporte público.

Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD/IBGE) 2012 sobre os deslocamentos casa/trabalho, assim como sobre a posse de veículos automotores e o acesso à política de auxílio-transporte, foram apresentados pelo Ipea nesta quinta-feira, 24, durante a coletiva de divulgação do Comunicado nº 161 – Indicadores de mobilidade urbana da PNAD.

Padrão de mobilidade
O texto do Comunicado afirma que “o padrão de mobilidade urbana no Brasil vem se alterando nos últimos anos com o aumento acelerado da taxa de motorização da população, o que significa mais acidentes de trânsito, maior poluição veicular e perda de tempo em função dos congestionamentos nos centros urbanos”.

Entre 2008 e 2012, a proporção de domicílios com algum tipo de veículo privado saltou oito pontos percentuais. Atualmente 54% dos lares brasileiros tem na garagem um carro e/ou moto. “É a primeira vez que este número ultrapassa a marca dos 50%”, ressaltou o técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea Carlos Henrique Ribeiro de Carvalho, coordenador da pesquisa.

Como resultado do maior número de veículos nas ruas, o tempo médio gasto para chegar ao trabalho pelos habitantes das regiões metropolitanas atingiu 40,8 minutos - a média, no Brasil, é 30,2 minutos. As capitais do Norte e Nordeste tiveram as pioras mais significativas nas condições de tráfego. Belém, Salvador e Recife apresentaram, entre 1992 e 2012, taxas de crescimento do tempo de viagem de 35%, 27,1% e 17,8%, respectivamente.

Auxílio-transporte
Outra constatação do estudo do Ipea foi a ineficácia das políticas de auxílio-transporte para as camadas pobres. De acordo com a PNAD, apenas 11% das pessoas extremante pobres recebem vale-transporte. “As classes baixas têm os maiores percentuais de informalidade no trabalho, de forma que a política do vale-transporte não atinge justamente quem mais precisa”, ressalta o texto.

O Comunicado conclui ser inevitável a tendência de aumento na taxa de motorização da população, especialmente com a contínua melhora na renda dos trabalhadores, o que gerará impactos sobre as condições de mobilidade e exigirá investimentos vultosos por parte dos governos em melhoria da infraestrutura de mobilidade nas próximas décadas.



Acesse o texto original clicando aqui.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Persiste a greve dos metroviários

Parece que o tempo para o sindicato dos metroviários passa mais lentamente do que para o resto do mundo. Havíamos noticiado na segunda-feira passada (clique aqui) que os funcionários do metrô iriam fazer uma paralisação por 24 horas de forma a reivindicar a realização de um concurso público para o órgão. Acontece que até hoje (vamos completar 72 horas) o metrô continua a operar de forma restrita, com a circulação de poucos trens.

Pelo que eu converso com as pessoas, a maioria é favorável a ter no quadro do Metrô-DF funcionários concursados ao invés de terceirizados. Acredito que a reivindicação do SindMetrô/DF teria apoio da população e dos usuários. Mas, o sindicato em vez de ter o usuário a favor do pleito, prefere prejudicá-lo em um desentendimento que diz respeito entre o sindicato e o governo.

O cidadão de bem (que paga seus impostos e que procura desenvolver trabalhos para o bem da sociedade) não pode ser prejudicado em seus deslocamentos diários (que em muitos casos já são bem desgastantes). Fica a dica: no lugar de prejudicar o cidadão/usuário com greves/paralisações, pode-se tentar envolver o usuário na luta, informando-o sobre as reivindicações e lhe pedindo um apoio (abaixo-assinado, por exemplo).

Vejam abaixo a notícia do CorrerioWeb sobre a situação da negociação para o fim da greve.

Metrô-DF e metroviários se reúnem no TRT para negociar fim de greve
Durante encontro, GDF se comprometeu a lançar o edital do concurso público - reivindicação dos grevistas - até 31 de dezembro deste ano

Publicação: 23/10/2013 12:32 Atualização: 23/10/2013 12:55
Representantes da Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF) e do Sindicato dos Metroviários do DF (Sindmetrô-DF) se reuniram na manhã desta quarta-feira (23/10), no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), para discutir a nulidade da greve dos servidores, iniciada com a paralisação na segunda-feira (21/10).
Durante o encontro, representantes do sindicato pediram a realização de um concurso público para a contratação de profissionais para as áreas de segurança, manutenção, e bilhetagem do Metrô-DF. Os grevistas disseram que não aceitam a contratação de terceirizados para ocupar os cargos dos setores mencionados.

Vejam a matéria na fonte clicando aqui.
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terça-feira, 22 de outubro de 2013

Ministério das Cidades realiza Seminário de Sensibilização para a Política e o Plano de Mobilidade Urbana


Estimadas(os),

A Secretaria Nacional de Transporte e da Mobilidade Urbana do Ministério das Cidades realiza hoje em seu Auditório* o Seminário de Sensibilização para a Política e o Plano de Mobilidade Urbana. O evento se destina a iniciar um processo de capacitação de agentes públicos municipais, distritais e estaduais sobre a Lei de Mobilidade Urbana (Lei nº 12.587/12), bem como estimular a necessidade de elaboração de Planos Municipais de Mobilidade Urbana.

A programação conta com palestra sobre a Política Nacional de Mobilidade Urbana (Principais Tópicos da Lei nº 12.587/12) e três mesas redondas com os seguintes temas: 1) Desafios Políticos da Implementação da Lei; 2) Debate sobre Planos de Mobilidade e Instrumentos de Gestão; e, 3) Debate sobre Controle Social e Política Tarifária.

Este importante seminário está sendo conduzido e coordenado pela Dra. Martha Martorelli, Analista de Infraestrutura do Ministério das Cidades, e também pelo Dr. Marco Antonio Vivas Motta, Analista de Infraestrutura e Diretor do Ministério das Cidades**. 

Mais do que um cumprimento da Lei***, este seminário, que circula o país, é fundamental para que haja ampla divulgação da Lei da Mobilidade Urbana, conscientizando políticos e auxiliando os gestores públicos sobre a necessidade de se repensar a mobilidade urbana em nossas cidades.

Estou participando do Seminário e vejo um debate bastante rico de ideias e propostas que visam a democratização do espaço público, transporte público de qualidade, valorização do andar e do uso da bicicleta, além de questões relacionadas a gestão democrática e controle social.

Tomara que este evento não vá ao vento, mas que crie raízes de forma a frutificar cidades (inclusive Brasília) acessíveis, sustentáveis e que confiram dignidade ao ser humano no que diz respeito às suas necessidades de deslocamentos.

Grande abraço a todos!

*SAUS Qd.1, Lotes 01/06, Bloco H, Ed. Telemundi II, Asa Sul, Brasília-DF
**O evento conta também com a participação de grandes nomes da mobilidade urbana como Paula Coelho da Nóbrega (MCidades), Fernando Araldi (MCidades), Clarisse Linke (ITDP), Alexandre Gomide (IPEA), Nazareno Stanislau Affonso (Conselho das Cidades), Daniela Facchini (EMBARQUE), José Ribamar Rocha de Góes (CODEPLAN), Inês Damaceno (Conselho das Cidades), Umberto Rafael de Menezes Filho (Secretaria de Transportes do DF), Renato Boareto (IEMA), entre outras autoridades de municípios do entorno do DF e de outros estados.
***Lei mº 12.587/12, art. 16, II: Art. 16.  São atribuições da União: I -...; II - contribuir para a capacitação continuada de pessoas e para o desenvolvimento das instituições vinculadas à Política Nacional de Mobilidade Urbana nos Estados, Municípios e Distrito Federal, nos termos desta Lei; 

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Linha Expressa>> Manhã de caos no metrô do DF

Prezados(as),

Hoje o metrô do Distrito Federal opera com quantitativo reduzido de trens. Veja a matéria a abaixo do CorreioWeb (acesse a matéria original clicando aqui).

Funcionários do Metrô-DF cruzam os braços por 24h e pedem concurso público
Manhã é de caos para quem precisa do tranporte. Apenas sete composições estão circulando

Publicação: 21/10/2013 06:28 Atualização: 21/10/2013 09:24
A manhã desta segunda-feira (21/10) começou com um verdadeiro caos para muitos brasilienses por conta da paralisação dos funcionários da Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF). Desde a meia-noite, o serviço foi suspenso e, segundo a assessoria de imprensa do Metrô-DF, apenas sete dos 24 trens circulam no DF. De braços cruzados, os metroviários só devem voltar ao trabalho após 24h de paralisação.

Os trens em funcionamento seguem lotados e o tempo de espera entre um e outro chega a 30 minutos. Muitos usuários desse transporte público recorrem aos ônibus ou seguem de carro. Durante uma das viagens, um passageiro chegou a quebrar o vidro de uma das janelas do vagão, na altura da Estação Arniqueiras. O trem parou e um funcionário do Metrô-DF acompanhou a viagem até a Estação Central, onde a composição foi recolhida e trocada por outra.

Manifestação por concurso

Cerca de 100 pessoas realizam um protesto em frente ao centro administrativo do Metrô, em Águas Claras. Os manifestantes que aderiram à paralisação barram a entrada de funcionários dos setores administrativo e operacional no prédio.

A principal reivindicação, segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Metroviários do Distrito Federal (SindMetrô/DF), é a realização de um concurso público para provimento de 232 vagas. O GDF havia autorizado o certame na edição de 19 de novembro de 2012 do Diário Oficial do DF, cujo edital deveria ter sido lançado em setembro.

A assessoria de comunicação da Secretaria de Administração Pública local (Seap) havia informado anteriormente que o edital será publicado no dia 13 de dezembro. A previsão é de que os salários ofertados no concurso variem entre R$ 2.916 e R$ 7.020. O último concurso do Metrô-DF foi realizado em 2009, com oferta de 731 oportunidades. Na época, a remuneração variou de R$ 960,84 a R$ 2.985.

Os servidores alegam que falta gente para trabalhar, e que o governo resolve o problema com funcionários terceirizados. A categoria pede para que todos sejam concursados. O governo já anunciou que terá um concurso público, porém, não há data marcada.

Pressão por resposta

Segundo a categoria, se até às 17h desta segunda-feira (21/10), o governo não apresentar proposta para aumentar o efetivo do metrô por meio de concurso público, será iniciada uma greve por tempo indeterminado.
Com informações de Clara Campoli e Amanda Maia

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A paralisação deve se estender o dia inteiro, portanto, no final da tarde deveremos ter novo caos na hora de voltar para casa. Fica a dica de evitar o horário de pico ou optar por outra solução (caronas, ônibus etc).
Lembro ainda que, em virtude da paralisação do Metrô, muitas pessoas resolveram  ir ao trabalho de carro, assim, a volta às residências também deve contar com muitos congestionamentos.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Corredores de ônibus X Faixas para Carros: Disputa pelo espaço urbano 2

Pessoal,

Atendendo a sugestão de alguns colegas, reproduzo o texto "O 'Estadão' e a demagogia dos corredores" do Dr. Eduardo Vasconcellos, que comentamos ontem (Não viu? Clique aqui!). Abraços!

O ‘Estadão’ e a demagogia dos corredores
12/10/2013 17:00
Eduardo Vasconcellos*

O jornal "O Estado de São Paulo” publicou no último dia 10 de outubro um editorial intitulado "A demagogia da mobilidade". O texto reclama da reorganização dos corredores de ônibus ora em realização na cidade de São Paulo e a denomina "demagógica”, associando-a aos objetivos políticos do partido que está no poder municipal hoje.

Vou me limitar a comentar as partes do editorial que se referem exclusivamente à ação técnica que está sendo realizada pela Prefeitura. Por mais voltas que dê no seu raciocino, o que está por trás do editorial é o descontentamento pela redução do espaço viário hoje ocupado pelos automóveis. Embora o editorial reconheça a necessidade de melhorar o transporte público o que se percebe nele é uma visão claramente elitista e irritada, ecoando os protestos que alguns usuários de automóvel vêm manifestando por meio da mídia.

É estranho que o jornal se deixe levar pela emoção e que em um editorial trate tão superficialmente um tema tão relevante não só para São Paulo, mas para outras grandes cidades do país.

O primeiro problema do texto está na tentativa de aumentar a quantidade de automobilistas supostamente afetados pelas medidas. O texto fala em 7 milhões de proprietários de veículos e procura defendê-los contra a idéia de que seriam "pessoas egoístas que rejeitam o transporte público”. Embora o texto não afirme que há 7 milhões de automóveis em São Paulo, ao colocar seus donos na discussão ele está se referindo a eles, pois seriam as pessoas que poderiam usar o transporte coletivo. Primeiro, este dado sobre a frota é fornecido pelo Detran e se refere a todos os veículos registrados e não apenas aos automóveis. Ademais, o Detran não tem um sistema que permita dar baixa dos veículos que não circulam mais, seja porque estavam muito velhos, seja porque foram roubados, seja porque estão destruídos hoje.  Dados oficiais do Detran São Paulo mostram que dentre os veículos privados há 5,4 milhões de automóveis. Em outra categoria de veículos privados (salvo as motos, que contam um milhão) há 830 mil veículos dos tipos micro-ônibus, camioneta e utilitários, não havendo indicação separada entre eles.

Para superar o problema entidades públicas e privadas que precisam de dados mais acurados para fazer estimativas econômicas, de consumo de energia ou de impacto ambiental usam procedimentos estatísticos reconhecidos internacionalmente e eliminam da lista de veículos aqueles cuja probabilidade de estar em uso é próxima ou igual a zero. Entidades como a ANFAVEA (fabricantes de automóveis), o IPT, a USP, a Universidade Federal do Rio de Janeiro, o Ministério do Meio Ambiente, a Petrobrás, a Cetesb (de São Paulo) usam os mesmos procedimentos para chegar à estimativa de frota de automóveis e utilitários leves em São Paulo de 4 a  4,5 milhões de unidades.  Estes valores vêm sendo sistematicamente ignorados pela imprensa, pelo rádio e pela televisão, provavelmente porque números enormes chamam muito mais a atenção. Mas o nome mais correto para este comportamento é "desinformação”.

E como são usados os automóveis que estão realmente ativos? Segundo a pesquisa origem-destino feita pelo metrô de São Paulo, eram feitas diariamente em 2007 9 milhões de viagens de pessoas usando automóveis. Atualmente, vamos considerar 10 milhões de viagens. Sabendo que cada carro transporta em média 1,4 pessoas, o número de deslocamentos dos veículos automóveis é de 7 milhões por dia (sendo que a maioria dos autos é usada para fazer mais de dois deslocamentos). Assumindo que na hora de pico ocorre 10% do fluxo diário, há 700 mil automóveis que saem às ruas, por exemplo, entre 18 e 19 horas (assumindo que veículos de fora de São Paulo que vêm para a cidade são compensados pelos veículos da cidade que vão para outros municípios). No entanto, a maioria das viagens em automóvel não usa o sistema viário principal onde estão os corredores de ônibus, pois são deslocamentos feitos dentro dos bairros  (60% das viagens deles são feitos em menos de 30 minutos ) ou em vias principais nas quais a quantidade de ônibus não é grande, como a avenidas Brasil, Sumaré, Pacaembú, Salim Farah Maluf, Ricardo Jafet, Bandeirantes e dezenas de outras. O tema causa reação por parte de usuários de automóvel e tem repercussão tão forte na imprensa provavelmente porque alguns corredores passam pela parte mais rica da cidade, como as vias 23 de Maio e Ruben Berta, afetando negativamente os moradores e usuários das redondezas.

Assim, a quantidade de viagens feitas em automóvel e que são afetadas pela ampliação dos corredores é pequena e muito menor que a quantidade de usuários de ônibus beneficiados pelas medidas – em uma avenida típica da cidade os usuários de ônibus superam os usuários de automóvel na proporção de 3 para um, valor que sobe no caso de grandes corredores. Portanto, como ocorre em uma democracia, o espaço público escasso tem de ser dado prioritariamente à maioria, considerando também os aspectos ambientais. Ou será que deveríamos re-fundar nossa democracia e passar a usar o critério de distribuir o espaço público das vias de acordo com a renda dos usuários?

A ilusão do espaço infinito

Sucessivos governos, políticos interessados nas obras e a  indústria automotiva venderam a ilusão do espaço viário infinito e a insustentabilidade foi sendo construída cuidadosa e persistentemente. O empilhamento de automóveis nas ruas de São Paulo decorreu de políticas de incentivo irrestrito ao transporte individual que vêm sendo aplicadas no nosso país desde a década de 1960. Em São Paulo no período entre 1965 e 1970 chegamos a gastar 27% do orçamento para a ampliação do sistema viário e desde lá vem sendo gastos valores imensos, tudo para chegarmos ao século XXI imersos em um enorme congestionamento de automóveis. Nem a sociedade mais rica da Terra – os Estados Unidos da América do Norte – conseguiu evitar que suas grandes cidades tenham enormes congestionamentos, mesmo tendo aplicado centenas de bilhões de dólares em avenidas especiais e vias expressas. Isto ocorre por causa de uma barreira insuperável tanto nos países em desenvolvimento como o Brasil, quanto nas sociedades ricas: o uso do veículo automóvel requer um espaço muito grande – 40 m2 para circular a 30 km/h em um ambiente urbano – sendo fisicamente impossível acomodar todos os automóveis de uma cidade em situação de alta fluidez. No caso de São Paulo, a presença simultânea de 600 a 700 mil automóveis nas ruas (20% da frota) já é suficiente para provocar um enorme congestionamento. Assim, o processo ocorrido em São Paulo merece, no mínimo, o adjetivo elegante de "insensato”, e teve como principais beneficiários as construtoras de vias, as pessoas e organizações políticas que participaram das obras e os usuários de automóvel, mesmo que em períodos limitados de tempo, até que um novo congestionamento se formasse.

O editorial ignora também aspectos básicos da engenharia de tráfego. A existência de espaços entre os ônibus que circulam em uma faixa não representa "desperdício”, sendo uma necessidade física e dinâmica para garantir a otimização do fluxo geral dos ônibus do corredor e para conseguir transportar, em alguns casos, até 25 mil passageiros por hora, em cada sentido. Sem isso, os ônibus se enfileirariam colados uns aos outros, circulando entre 6 a 8 km por hora, como hoje ocorre na cidade. Mesmo com os espaços existentes, a quantidade de pessoas dentro dos ônibus é muito maior que dentro dos automóveis que estão nas outras faixas – a maioria destes com uma pessoa só. Adicionalmente, ônibus que transportam apenas pessoas sentadas (25 a 30) levam a um consumo do espaço viário público que é dez vezes inferior, por pessoa, ao consumo feito no automóvel que transporta apenas uma pessoa; causa também uma emissão de gases de efeito estufa, por pessoa, seis vezes inferior à causada pelo uso do auto com um passageiro. Embora não sejam ocupações recomendáveis do ponto de vista técnico, ônibus com três passageiros usam menos espaço por pessoa transportada que os autos com uma pessoa e ônibus com seis passageiros são menos prejudiciais ao "efeito estufa” do que automóveis com um passageiro que estão circulando ao lado do ônibus no corredor.

O editorial faz um apelo para que o espaço dedicado aos ônibus seja obtido sem impactar o fluxo dos automóveis. Mas isto é impossível, pois dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço no mesmo instante. Além disto, procurar fazê-lo seria injusto e iníquo.  O amontoamento dos automóveis em São Paulo passou antes pela fase de ocupação de todo o espaço viário principal disponível, expulsando os ônibus ou confinando-os a faixas estreitas do lado direito da via, onde competem com automóveis estacionados (muitas vezes de forma ilegal), com automóveis entrando e saindo das construções, e com táxis que recolhem ou deixam passageiros. Tudo isto foi feito permanentemente na nossa história, com grande prejuízo para a maioria da população e tendo sido ignorado pelos principais meios de comunicação.

Portanto, a maioria das viagens em automóvel não é afetada pelos corredores e seus usuários vêm tendo, há décadas, um tratamento prioritário generalizado, garantido por investimentos gigantescos no sistema viário, por estacionamento gratuito nas vias representando um subsídio anual de R$ 3,5 bilhões, por fiscalização deficiente que historicamente captou apenas uma parte mínima das infrações cometidas e pela aplicação de técnicas de engenharia de tráfego de padrão internacional, com resultados surpreendentes se for considerado o grau elevado de congestionamento que foi historicamente produzido. Assim, os "milhões” de usuários de automóveis nunca tiveram seus interesses e necessidades negadas ou desprezadas, tendo sido os maiores beneficiados dentre os usuários do trânsito na cidade desde a década de 1960. A maioria dos usuários do transporte público, ao contrário, sempre teve suas necessidades ignoradas ou mal atendidas, sem falar de pedestres e ciclistas.

Para que o sistema de ônibus funcione adequadamente é necessário garantir espaço físico e boas condições operacionais, inclusive de ultrapassagem entre os ônibus no caso dos corredores mais carregados. Nada mais justo do que re-publicizar o espaço ocupado indevidamente pelo excesso de automóveis, dedicando-o à operação adequada dos ônibus. É fato que esta reorganização deve ser feita com critérios técnicos, dentro de um âmbito contratual distinto do atualmente existente – que aprisiona e limita o poder público – com transparência e com a disponibilização de formas de controle social e legal das operações. Precisamos organizar um sistema que tenha alta qualidade, seja abrangente no espaço e que tenha regularidade e previsibilidade, permitindo aos usuários de todas as regiões da cidade planejaram seus deslocamentos nos ônibus com confiança. Das medidas atuais se espera também que uma parte dos usuários de automóvel passe a usar ônibus. Com o uso de técnicas adequadas de engenharia de tráfego, os automobilistas que permanecerem em seus veículos nos corredores devem, como cidadãos, ter a atenção das autoridades de transporte e trânsito, desde que isto não implique em inversão das prioridades hoje definidas, nem em criação de privilégios indevidos no uso do espaço público das vias nos corredores ou em outros locais.

*Eduardo Alcântara de Vasconcellos é engenheiro civil e sociólogo. Fez mestrado e doutorado em Ciência Política na Universidade de São Paulo e pós-doutorado em Planejamento de Transporte nos Países em Desenvolvimento na Cornell University, Estados Unidos. É assessor técnico da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), onde preside a Comissão Técnica de Meio Ambiente; é assessor técnico do Banco de Desarrollo de América Latina (CAF). É diretor do Instituto Movimento, de São Paulo, dedicado a estudos de mobilidade.
Autor do livro "Políticas de transporte no Brasil: a construção da mobilidade excludente”, Editora Manole, lançado no 19º Congresso da ANTP, em Brasília (09 de outubro, 2013)

São Paulo será palco do filme Bikes X Cars


Estimadas(os),

A cidade de São Paulo será palco do filme Bikes X Cars. Vejam a matéria abaixo da Mobilize Brasil (para acessar o original clique aqui). Recomendo também assistirem o trailler do filme clicando aqui.

Bikes x Cars: dê seu apoio a este documentário
Produção do cineasta Fredrik Gertten vai abordar os problemas provocados pelo excesso de carros. O diretor quer receber apenas o apoio de pessoas, que podem doar um dólar

Autor: Marcos de Sousa  |  Postado em: 14 de outubro de 2013  |  Fonte: Mobilize Brasil

As bicicletas em São Paulo vão ser destaque no documentário Bikes x Cars, em produção pelo cineasta sueco Fredrik Gertten, da WG Film. Autor de vários documentários premiados (veja mais em wgfilm.com), Gertten escolheu a capital paulista para rodar boa parte de seu novo filme, que também terá gravações em Los Angeles, Toronto, Bogotá, Copenhague e Shangai. A proposta é abordar o beco-sem-saída do uso indiscriminado do automóvel em todo o mundo e suas consequências para o ambiente urbano e para o clima global. Hoje o mundo já tem 1 bilhão de carros. Em 2020, daqui a sete anos, serão 2 bilhões de automóveis circulando pelas grandes cidades do planeta, diz o trailler do filme.

Para viabilizar a produção, que custará 50 mil dólares, Gertten não quer o patrocínio de empresas - "elas têm seus interesses particulares" -, mas apenas de pessoas, que podem doar qualquer valor a partir de um dólar. A ideia é viabilizar o documentário com o apoio de cidadãos que sejam interessados em um novo modo de mobilidade urbana, explica o diretor. O projeto está aberto para contribuições na ferramenta de crowdfunding Kickstarter, com prazo até o final de outubro.

O roteiro de Bikes x Cars também discute a enorme cadeia econômica dependente do carro, desde a fabricação de aço, veículos e autopeças, à produção de combustíveis, os serviços de estacionamento e os grandes negócios envolvendo a construção sem fim de mais e mais pistas para a rodagem dos carros particulares.

"Toda essa gigantesca engrenagem funciona para atender aos interesses de grupos econômicos e dos políticos a eles vinculados. Formas simples de locomoção, como pedalar ou caminhar podem ser estimulados para mudar o modo de vida nas cidades. Mesmo as grandes obras de metrôs, corredores de ônibus e outros sistemas poderiam ser reduzidas se a cidade e seus fluxos for pensada para o uso dos transportes de baixo impacto", pondera Fredrik Gertten.

Mas por que São Paulo? Gertten explica que a cidade é um exemplo fascinante dos problemas que o excesso de carros pode provocar no ambiente urbano, especialmente neste momento em que a classe média brasileira está em franco crescimento. "Esse fenômeno já aconteceu na Europa, provocou uma série de problemas e agora atinge países como a China, Índia e Brasil. São Paulo, por exemplo, tem um clima ameno e grandes áreas planas que permitiriam a circulação confortável de bicicletas. Imagine se 40% das viagens diárias dos paulistanos fossem feitas de bike. A cidade seria outra. Copenhague, na Dinamarca, fez essa transformação".
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Como seria esse filme se fosse gravado aqui em Brasília?

É importante que tenhamos consciência das nossas escolhas e respeito pelas escolhas do próximo. Acredito que esse filme irá marcar bem isso! O carro tem seu papel dentro das necessidades do ser humano, bem como a bicicleta também possui suas vantagens e racionalidades.

Bom fim de semana a todos!

Abraços!

Higor Guerra

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Corredores de ônibus X Faixas para Carros: Disputa pelo espaço urbano

Pessoal,

Por sugestão de grandes amigos(as), estou reproduzindo matéria do blog da Raquel Rolnik (clique aqui) sobre uma polêmica publicada no Estadão (clique aqui) que envolve a disputa de espaço entre o carro e o corredor de ônibus que estão instalando em São Paulo/SP. O texto da Raquel comenta uma matéria do Dr. Eduardo Vasconcelos (clique aqui), que eu recomendo a leitura.

Estadão provoca polêmica ao defender os “com carro”

Publicado em 15/10/13 por raquelrolnik

Na semana passada, o Estadão publicou um editorial intitulado “A demagogia da mobilidade”. Em linhas gerais, o texto critica a instalação de corredores de ônibus e acusa o executivo municipal de “má vontade com o transporte individual”. Diz o editorial: “Não se discute a necessidade de dar prioridade ao transporte público e, no caso dos ônibus, de aumentar sua velocidade. Mas não é preciso fazer isso criando dificuldades para os que usam o carro como instrumento de trabalho. Especialmente para aqueles – como médicos e enfermeiros, para citar dois exemplos – cuja profissão tem exigências que o transporte público não consegue atender.”

No mesmo dia, o projeto “Cidades para pessoas” publicou uma “Resposta aberta ao editorial do Estado de S. Paulo”. O texto lembra que a maior parte das viagens feitas na cidade de São Paulo não são por meio do carro: “Quando medimos as viagens diárias feitas na cidade, percebemos que os carros são minoria: 38,42% dos deslocamentos são coletivos (transportes públicos), 30,78% individuais (carros e motos) e 30,80% não motorizados (a pé e de bicicleta). Esses dados da pesquisa Origem e Destino foram a base do estudo do engenheiro de transportes Horácio Figueira que concluiu que 20% dos paulistanos se locomove de carro, mas ocupam 80% das vias da cidade.” E critica, portanto, o que o Estadão chama de “má vontade com o transporte individual”: “Na verdade é exatamente o oposto: a priorização do carro como transporte de massa é que passou as últimas décadas prejudicando a cidade. E é isso que pode ser revertido nesse processo de reequilíbrio de suas vias.”

No fim de semana, o engenheiro e sociólogo Eduardo Vasconcellos publicou, no site da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), um artigo intitulado “O Estadão e a demagogia dos corredores”. Diz o texto: “Por mais voltas que dê no seu raciocínio, o que está por trás do editorial é o descontentamento pela redução do espaço viário hoje ocupado pelos automóveis. Embora o editorial reconheça a necessidade de melhorar o transporte público o que se percebe nele é uma visão claramente elitista e irritada, ecoando os protestos que alguns usuários de automóvel vêm manifestando por meio da mídia.”.
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Sinceramente, as grandes cidades brasileiras já investiram muito (desde a década de 1960) em infraestruturas voltadas ao tráfego geral de veículos. Chegou a hora de realizar grandes investimentos em transporte público coletivo e em transporte não-motorizado!

Grande abraço a todos!

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Decifrando a Lei >> Parte 3: Definições

Diletos(as) leitores(as),

A atual Constituição da República Federativa do Brasil completou 25 anos neste último dia 05/10/13. Lendo alguns escritos e conversando com algumas pessoas, percebi um sentimento de que a Constituição traz um conjunto de direitos sociais e avanços na democracia, muito embora, a nossa Carta Magna também contém algumas "brechas" e termos genéricos que permitem amplas interpretações.

Neste sentido, resolvi postar aqui algumas definições constantes na Lei da Mobilidade Urbana (Lei 12.587/12, art. 4º) e fazer alguns pequenos comentários para que possamos ter uma melhor ideia da dimensão dessa Lei. Vamos lá!

I - transporte urbano: conjunto dos modos (motorizado e não-motorizado) e serviços de transporte público e privado (coletivo e individual) utilizados para o deslocamento de pessoas e cargas nas cidades integrantes da Política Nacional de Mobilidade Urbana; 
II - mobilidade urbana: condição em que se realizam os deslocamentos de pessoas e cargas no espaço urbano; 

Comentário>> Um primeiro aspecto a ser observado é a diferença posta entre "transporte urbano" e "mobilidade urbana". Até pouco tempo atrás, o termo "transporte urbano" era mais difundido, sendo que o conceito de "mobilidade urbana" é mais recente e vem ganhando maior popularidade. 
Pela Lei de Mobilidade Urbana, o termo "transporte urbano" está associado a tudo aquilo que permite o deslocamento de pessoas e cargas no espaço urbano. Ou seja, os serviços que são prestados e o modo (veículos motorizados, esforço humano ou tração animal) em que se realizam esses deslocamentos.
Já a definição de mobilidade urbana possui um conceito mais abrangente, inserindo uma variável qualitativa do deslocamento de pessoas e bens, que está materializada na palavra "condição".

III - acessibilidade: facilidade disponibilizada às pessoas que possibilite a todos autonomia nos deslocamentos desejados, respeitando-se a legislação em vigor; 

Comentário>> Outro aspecto interessante é o conceito de acessibilidade. Notem que a definição possui termos genéricos ("facilidade disponibilizada") e está associada a pessoas (não a cargas). O termo mais interessante é "possibilite a todos autonomia nos deslocamentos desejados", ou seja, a acessibilidade deve ser para TODOS e nos deslocamentos em que qualquer um DESEJAR, sem ajudas (autonomia). 
A definição é concluída com o termo "respeitando-se a legislação em vigor", sugerindo a existência de dispositivos legais sobre o assunto (a Lei nº 10.098/2000 é a principal). 

VI - transporte público coletivo: serviço público de transporte de passageiros acessível a toda a população mediante pagamento individualizado, com itinerários e preços fixados pelo poder público;
VII - transporte privado coletivo: serviço de transporte de passageiros não aberto ao público para a realização de viagens com características operacionais exclusivas para cada linha e demanda;
VIII - transporte público individual: serviço remunerado de transporte de passageiros aberto ao público, por intermédio de veículos de aluguel, para a realização de viagens individualizadas;
X - transporte motorizado privado: meio motorizado de transporte de passageiros utilizado para a realização de viagens individualizadas por intermédio de veículos particulares;

Comentário>> Aqui uma interessante visão que essas definições nos trazem. O cidadão é livre em optar de que forma quer realizar sua viagem (seu deslocamento), no qual ele escolhe entre o público/privado e o coletivo/individualizado. 
Para o cidadão-usuário é possível optar pelo transporte público coletivo desde que pague o valor (tarifa) fixada pelo Poder Público e "concorde" com o itinerário. Implicitamente poderíamos ainda falar que o usuário também deve aceitar o nível de conforto e segurança.
No âmbito da característica do serviço coletivo, há também a opção pela natureza privada. Neste caso, o cidadão usufrui de um serviço que não é acessível a qualquer pessoa, no qual pode-se traduzir por maior exclusividade quando comparado ao público coletivo. Não há tarifas públicas. É o popular transporte por fretamento, que depende de autorização do Poder Público, estando também submetido a procedimentos de regulação e fiscalização.
Já os transportes individuais, que também podem ser público ou privado, estes proporcionam maior grau de exclusividade em relação ao coletivo. A viagem é realizada de forma expressa (origem-destino), sem necessidade de itinerários pré-definidos ou a preocupação de atender outras pessoas. O transporte público individual, também conhecido como táxis, possuem permissão do Poder Público para prestação do serviço, segundo regras de tarifação pré-definidas. Já o transporte motorizado privado são os tão desejados veículos particulares, que possibilitam elevado grau de conforto, exclusividade e versatilidade, no qual o usuário realiza a sua viagem da forma que entender (respeitando as regras de trânsito) e arca com os próprios custos (combustível, manutenções etc).

É isso aí pessoal! O assunto não é exaustivo, mas um importante passo para saibamos melhor nossos direitos de cidadãos!

Abraços!

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Proposta de Sistema de Informações de Mobilidade Urbana será apresentada até final do ano

Prezadas e prezados participantes/leitoras(es) deste blog,

Em 11 de setembro de 2013, nós conhecemos um pouco mais sobre o Sistema Nacional de Mobilidade Urbana (Não viu? Clique aqui!). A Lei da Mobilidade Urbana (Lei nº 12587/12), no seu art. 16 inciso III, estabelece o seguinte:

Art. 16.  São atribuições da União: 
...
III - organizar e disponibilizar informações sobre o Sistema Nacional de Mobilidade Urbana e a qualidade e produtividade dos serviços de transporte público coletivo; 

Neste sentido, encontrei informações sobre o assunto no site da Associação Nacional de Transporte Público - ANTP. Veja a matéria abaixo (clique aqui para acessar o texto original):

Proposta de estruturação do Sistema de Informações de Mobilidade Urbana (SIMU) será apresentada até dezembro
11/10/2013 09:00
ANTP

Um grupo técnico criado no âmbito da Secretaria Nacional de Transporte e da Mobilidade Urbana (SeMob), do Ministério das Cidades, e que conta com a participação da Associação Nacional de Transporte Público (ANTP) e de outras entidades do setor, terá até o final deste ano para apresentar uma proposta de estruturação do Sistema de Informações de Mobilidade Urbana (SIMU). A informação foi prestada pelo diretor de Cidadania e Inclusão Social da SeMob, Marco Antônio Vivas Motta, ao participar em 10 de outubro de 2013 da última sessão do 19º Congresso da ANTP, sobre sistemas de informações para o segmento.

Vivas Motta explicou que a Lei de Mobilidade Urbana (Lei 12.587/12) define como atribuição da União a tarefa de organizar e disponibilizar informações sobre o sistema mobilidade urbana e a qualidade e produtividade dos serviços de transporte público coletivo.

Ele acrescentou que onovo sistema deverá se alimentar de informações de sistemas já existentes, em especial o Sistema de Informações da Mobilidade Urbana (SiMob), da ANTP, criado há dez anos, e o sistema mantido pela Associação Nacional das Empresas de Transporte Urbanos (NTU). "Não se pretende que o SIMU substitua esses sistemas que já existem”, disse, deixando claro que essas bases de dados atuarão de forma cooperativa.

O SIMU deverá reunir e disponibilizar informações sobre diferentes áreas de interesse para o setor, entre as quais acessibilidade, custos e tarifas, modos de transporte, instrumentos de gestão, planejamento de políticas urbanas, meio ambiente, qualidade de serviços, segurança, gestão institucional e financiamento.

Além da ANTP, da NTU e da própria Secretaria Nacional do Transporte e da Mobilidade Urbana, integram o grupo técnico o Instituto de Pesquisa Econômica Aplica (IPEA), a Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos), o Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA) e a organização Embarq Brasil.

INFORMAÇÕES

Jorge Kogan, assessor da vice-presidência de Infraestrutura do da vice-presidência do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), apresentou na sessão a série histórica de cinco anos (2007-2011) do Observatório da Mobilidade Urbana (OMU), sistema que iniciou que reúne informações sobre mobilidade urbana em cidades latino-americanas, incluindo cidades brasileiras, e que foi constituído na segunda metade da última com apoio da ANTP. As informações estão disponíveis pelo portal da entidade.

Eleonora Pasos, chefe do escritório da Divisão América Latina (DAL) da União Internacional de Transportes Públicos, fez um histórico dos programas da UITP para reunir e disponibilizar informações sobre mobilidade urbana.

Bernardo Alvim, assessor do escritório do Banco Mundial em Brasília, apresentou ideias da instituição a que pertence para que os países latino-americanos implementem programas de estruturação da mobilidade.

A sessão foi coordenada por Eduardo Alcântara Vasconcellos, um dos responsáveis pela implantação do Sistema de Informações da Mobilidade Urbana (SiMob) da ANTP. Ele fez uma apresentação inicial sobre esse sistema, mostrando exemplos de como osdados são reunidos e disponibilizados. O SiMob pode ser livremente consultado no portal da ANTP

Para quem interessar, há o Relatório Geral da ANTP sobre o Sistema de Informações da Mobilidade Urbana da ANTP, com diversos dados e gráficos sobre o tema. Para acessar basta clicar aqui.

Bom fim de semana a todos!
Grande abraço!

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Sancionada lei que beneficia famílias de taxistas

Dilma sanciona lei que beneficia famílias de taxistas
Texto permite que parentes fiquem com a exploração do serviço em caso de falecimento


A presidente Dilma Rousseff sancionou nesta quarta-feira (9) uma lei que atende uma reivindicação antiga dos taxistas, permitindo que a família fique com a permissão para exploração do serviço de táxi após o falecimento do motorista.

A nova regra atende pelo menos 600 mil taxistas e suas famílias e, de olho nesse eleitorado, o Palácio do Planalto realizou uma cerimônia improvisada no Núcleo de Apoio aos Taxistas de Brasília.

— A partir de agora vocês podem transferir para seus herdeiros a permissão de uso do serviço do táxi pelo mesmo prazo original da outorga. Essa lei diminui e dirime qualquer dúvida jurídica... é um direito de sucessão.

Ela fez questão de ressaltar a importância da categoria para atender os turistas e os moradores das cidades. "A gente se pergunta quantas crianças não nasceram num táxi por esse país afora, quantas pessoas não são socorridas por um de vocês", disse Dilma.

A nova lei foi sancionada por meio da Medida Provisória 615 que tratava de inúmeros temas.

Matéria Original: Portal R7

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Linha Expressa >> ANTP promove debate sobre Mobilidade Urbana para Cidades Sustentáveis

A ANTP está realizando nos dias 08, 09 e 10 de outubro, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães em Brasília/DF, o 19º Congresso Brasileiro com o tema "Mobilidade Urbana para Cidades Sustentáveis". Confiram: http://www.antp.org.br

"O Congresso Brasileiro é um evento promovido bienalmente pela ANTP e nesta 19ª edição pretende tratar dos temas relacionados ao tema geral – Mobilidade Urbana para Cidades Sustentáveis. Este tema se desdobra em três eixos:  Planos de Mobilidade Urbana nas cidades brasileiras, Segurança Viária e redução dos acidentes, Meio Ambiente e matriz energética.

O tema  da sustentabilidade  ocupou o centro das atividades desenvolvidas durante a Rio+20, Conferencia da ONU realizada em junho do ano passado. Representantes de governos, da iniciativa privada e da sociedade civil ainda estão longe de  representar um consenso global. A ANTP entende que as dificuldades  inerentes a construção de políticas globais não justificam a inação no plano nacional e local.  Muitas das iniciativas repousarão na capacidade de dirigentes e organizações locais de tomaram iniciativas concretas destinadas a construção de cidades sustentáveis nos planos social, econômico e ambiental.

A ANTP participa deste processo reafirmando a importância do papel do transporte público para a construção das cidades brasileiras e, em particular, considerando que estas já reúnem 82% da  população do país. As soluções de mobilidade urbana que estão sendo adotadas nas cidades brasileiras poderão contribuir ou não com a qualidade de vida dos seus habitantes.  Daí a inclusão na programação do 19º Congresso a avaliação dos resultados e impactos dos projetos que fazem parte dos investimentos reunidos nos Programas de Aceleração do Crescimento - PAC  da Mobilidade e da Copa. 

O 19º Congresso também vai tratar dos avanços da luta em defesa da vida e dos compromissos com a promoção da segurança viária, como colocados na Campanha da ONU -"Década pela Segurança Viária”.
O crescimento da  motorização das cidades brasileiras e mundiais  torna o tema da segurança viária um dos pilares para a construção de cidades sustentáveis e as contribuições ao Observatório de Segurança Viária, criado pela ANTP, terão uma atenção especial no evento.

Em paralelo acontecerá a VIII INTRANS – Exposição Internacional de Transporte e Trânsito que tem por objetivo apresentar as mais recentes soluções e tecnologias em matéria de equipamentos, produtos, técnicas e serviços dirigidos ao transporte público e ao trânsito. Saiba mais

Estão sendo esperados visitantes estrangeiros e o público nacional constituído por  Prefeitos, Secretários de Estado, Autoridades federais e Parlamentares, Operadores públicos e privados, Industriais, Consultores, Dirigentes sindicais patronais e de trabalhadores, Acadêmicos, Lideranças comunitárias, técnicos do setor e profissionais da mídia.

O 19º Congresso, pela qualidade e representatividade dos seus participantes, espera por você.  Coloque-o na sua agenda".

Abraços!

sábado, 5 de outubro de 2013



Conheçam o Herói do Metrô de Tóquio!

"Super-herói" ajuda passageiros nas escadas do metrô de Tóquio
Tadahiro Kanemasu, um jovem de 27 anos, se veste de herói para ajudar pessoas a atravessar os 34 degraus até a saída da estação de metrô

Autor: Da redação  |  Postado em: 01 de outubro de 2013  |  Fonte: Fantástico

Franzino, barrigudinho, ele não tem físico, nem poderes extraordinários. Mas Tadahiro Kanemasu, de 27 anos, desde junho cumpre essa missão. E já conquistou fama internacional como o mais novo super-herói de Tóquio!

Tóquio - cidade famosa pelos prédios, torres... E monstros?! Os seriados japoneses adoravam destruir a cidade. A destruição só não era total por que sempre surgia um herói. Felizmente, sempre foi ficção. Mas que ninguém se engane: na vida real, os perigos podem estar na porta do metrô.

São 34 degraus até a saída da estação. Um tremendo desafio para quem carrega malas, sacolas de compras, ou se você é mãe com um carrinho de bebe. E se você precisa de ajuda, a quem você apela? Em Tóquio, você tem um herói.

Ele está sempre atento, mas é cordial. Cumprimenta todo mundo, dá orientações pra quem está perdido, tira fotos, mas quando percebe alguém carregando algo pesado: parte pra ação!

Após ajudar alguém, se despede e volta correndo ao posto - uma loja desativada, estrategicamente ao lado de uma das saídas da estação.

Ficou famoso ao redor do mundo. “A máscara ele não tira, mas já sabemos o nome dele”, disse uma mulher.

Assim, de perto, vê-se que Tadahiro não tem tantos músculos... E é até meio barrigudinho. Mas não foge da responsabilidade! E o Fantástico começa perguntando: "por que você não tira a mascara e ajuda as pessoas de cara limpa?". Ele responde que tem vergonha, que prefere esconder o rosto. Tadahiro não conta onde trabalha, diz apenas que é numa loja de produtos naturais das redondezas.

"Às vezes, é preciso pedir ajuda a um funcionário do metrô. Mas nem sempre eles podem sair do serviço", disse outra mulher. O herói do metrô de Tóquio se diverte, especialmente no contato com as crianças.

Registramos o momento em que o senhor Sato, dono de uma loja de fantasias, entregou um kit completo. "Ele acredita que em breve surgirão outros heróis. Principalmente depois do terremoto e tsunami de 2011, muita gente descobriu a importância de ser solidário" conta.

Não é todo dia que a gente vê um herói, ainda mais de um herói que faz propaganda de si mesmo. Num cartaz ele pede ajuda, está procurando outros heróis. "Qualquer pessoa pode ser herói desde que tenha disposição e vontade pra tornar essa estação num lugar onde todos podem ser felizes".

Matéria original: Clique aqui.

Também precisamos de uns heróis na mobilidade urbana do DF!

Grande abraço!

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Empreendedores criam aplicativo que avisa quando o ônibus vai passar


Pessoal,

Muito interessante o trabalho desenvolvido no Brasil por três engenheiros e um designer, no qual criaram um aplicativo que avisa quando o ônibus vai passar no ponto. O usuário do transporte público merece um serviço de qualidade! Não dá para ficar sem informação! Tomara que Brasília possa contar também com soluções desse nível. A matéria foi publicada no CorreioWeb e pode ser acessada clicando aqui.

Empreendedores criam aplicativo que avisa quando o ônibus vai passar 
Grupo formado por três engenheiros e um designer pretende expandir negócio e auxiliar milhões de passageiros em todo o país
Sarita González - CorreioWeb 
Publicação: 04/10/2013 12:41 | Atualização: 04/10/2013 13:20

Quem nunca, enquanto esperava transporte público, se perguntou: "Será que meu ônibus está chegando? Será que já passou?". Depois de observar as dificuldades que passageiros de todo o país enfrentam para andar de ônibus – uma delas, a incerteza dos horários das linhas -, um grupo de empreendedores do Rio de Janeiro desenvolveu o Buus, aplicativo de celular gratuito para os usuários de transporte público. De acordo com a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), no Brasil, 40 milhões de pessoas dependem de ônibus para se locomover no dia a dia.

Um dos criadores da ferramenta, o holandês Warner Vonk, 34 anos, que mora há seis no Brasil, conta que enxergou a oportunidade ao observar as reclamações dos passageiros. “Na Holanda, por exemplo, os horários são bem definidos e o transporte público é organizado. Inclusive, se o ônibus está atrasado, o veículo recebe preferência no semáforo”, relata. Para André Ikeda, 26, formado em engenharia da computação e um dos idealizadores do Buus, o aplicativo tem como missão resolver um problema que envolve passageiros e trânsito. “Todo mundo que já dependeu de ônibus para se locomover sentiu na pele a ansiedade por não saber a que horas o transporte chegaria”, comenta.

Com o lema "Nós avisamos quando seu ônibus vai chegar" e disponível para Android e iPhone, o Buus foi implementado este ano e, por enquanto, só está disponível para passageiros que moram em São Paulo. “Abrangemos as linhas da Universidade de São Paulo (USP), por exemplo, e cerca de 200 pessoas de lá já utilizam o aplicativo”, revela Vonk, que é engenheiro civil e está finalizando uma pesquisa de doutorado sobre como a informação pode melhorar o transporte público.

Além de o aplicativo informar a previsão de chegada dos ônibus em seus pontos, também é possível programar alarmes para que o passageiro seja avisado, por meio do celular, quando o ônibus estiver próximo.

Startup reconhecida
Antes de se conhecerem, Warner Vonk e André Ikeda já haviam desenvolvido, individualmente, soluções com propósito parecido. Após conversarem, não pensaram duas vezes e decidiram unir forças para implementar o projeto. Em julho do ano passado, a startup - empresa inovadora de base tecnológica - venceu um concurso de aplicativos promovido pela Prefeitura do Rio de Janeiro. Na ocasião, foi apresentada uma primeira versão do aplicativo, colaborativa, para localizar e reportar a lotação dos ônibus na cidade. “A nova é uma evolução, uma versão 2.0 que conta com a integração com GPS dos ônibus da cidade”, detalha Vonk. 

Da ideia inicial até a finalização do aplicativo, o grupo trabalhou por um ano. A startup - composta por dois outros membros, entre eles, outro engenheiro holandês e um designer - foi uma das cinco empresas selecionadas para o programa de aceleração da Papaya Ventures. Para implementar a ideia, o grupo teve de estudar a fundo o perfil dos clientes do aplicativo. “Aqui no Brasil, o mercado para esse tipo de negócio é forte. Isso também mostra que ainda há muito o que ser feito no país”, conta Vonk. De acordo com Ikeda, os programas de aceleração são uma boa oportunidade para startupeiros aumentarem sua rede de contatos. “Não é um processo fácil, o empreendedor tem que se dedicar muito”, explica.

Ikeda conta, ainda, que, por ser da área de Tecnologia da Informação, se torna mais fácil visualizar problemas e pensar de que forma eles podem ser resolvidos. “Pessoas com viés empreendedor tendem a observar com mais cuidado o universo que as cerca. Sempre pensei que um dia criaria alguma coisa e, junto com o grupo, acabei desenvolvendo uma ferramenta capaz de ajudar passageiros de ônibus”, comemora Ikeda.

Vonk achou o processo de empreender complicado por envolver uma série de burocracias. “No Brasil, é preciso ter paciência”, atesta. Para quem quer se aventurar no mundo das startups, André recomenda atitude e persistência. “Faça alguma coisa. Deixe para trás seu estado de inércia e coloque os planos em ação. E, por mais que o caminho seja difícil, não desista”, aconselha. 

Expansão
O grupo de empreendedores pretende expandir o negócio para outras cidades brasileiras. No Rio de Janeiro, o Buus deve estar disponível até o final do ano. Enquanto isso, passageiros podem sugerir pelo site novas linhas que gostariam que fossem incluídas no App.

Bom fim de semana a todos!
Abraços!

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Revitalização das calçadas em Taguatinga

A Av. Comercial Sul em Taguatinga irá contar com novas calçadas. No trecho da QSA 01 a calçada já foi revitalizada, buscando ordenar espaços de pedestres e estacionamentos de carros. A bola da vez é a QSA 02 e a previsão de conclusão de toda a Avenida Comercial Sul é março de 2014 a um custo de R$ 1,4 milhão, segundo matéria do Jornal Alô Brasília (Comercial revitalizada, por Ana Karoline Lustosa, Ano 6, nº 1219, pag. 4, 02/10/2013). Saiba um pouco mais dessa obra acessando o vídeo do Bom Dia DF, clicando aqui.

Por muito tempo eu fui um frequente usuário da Av. Comercial em Taguatinga. Recordo-me que quando adolescente fazia a pé o trecho QSD (onde morava) - CNB (onde fazia curso de línguas), 3 vezes por semana, cerca de 2,5km. A Av. Comercial é uma das principais vias do Distrito Federal, caracterizada pelo seu forte comércio e pela alta densidade populacional da região. Por lá circulam diversos ônibus, carros e pedestres. É fundamental que haja um ordenamento desses fluxos, com especial zelo ao pedestre, conferindo-o prioridade no deslocamento, conforto e segurança. Também é de bom tom que haja a padronização das calçadas, com base em projetos arquitetônicos que valorizem o espaço urbano.

Atualmente, é possível ver em alguns trechos da Av. Comercial um total desrespeito ao pedestre, no qual ele tem que disputar espaço com os carros que ficam estacionados nas calçadas. Além disso, existem muitas irregularidades e ausência de acessibilidade, o que dificulta o trânsito de pessoas que utilizam cadeiras de rodas ou carrinhos de bebês.

Brasília necessita melhorar suas calçadas. Em diversas vias, os passeios públicos são de péssima qualidade, isso quando existem. Em outros casos existem soluções que desrespeitam os pedestres, com obstáculos bem no meio da calçada, a exemplo de postes e placas.

Existe o programa "Asfalto Novo" do governo, privilegiando o rodar macio dos automóveis e poupando os amortecedores destes. Por que não se cria o Programa "Calçada Nova" em todo DF? Mais do que justo, trata-se de conferir dignidade ao ser humano.

Por uma melhor mobilidade urbana! Contem comigo!

Abraços!