terça-feira, 29 de abril de 2014

Brasília não é acessível para 20% de seus moradores


Estimadas(os),

Hoje eu li a matéria Caminhos Interrompidos da Revista Veja Brasília, de 30/04/2014 (Ano 2, nº 18), no qual aborda o assunto da acessibilidade em Brasília, com foco em alguns pontos turísticos. Vale a pena a leitura! 

Extrai-se da matéria que, conforme o Censo 2010 do IBGE, cerca de 20% da população possui algum tipo de deficiência, somando 573.800 indivíduos. Desse total, os deficientes visuais somam 365.568 pessoas, os cidadãos com dificuldades motoras representam 103.399, os deficientes auditivos são 82.685 e ainda há 22.091 habitantes com déficit intelectual.

Quando falamos em cidade acessível, estamos dizendo que o ambiente urbano deve ser usufruído e vivenciado por todos os cidadãos, especialmente aqueles que possuem algum tipo de limitação ou mobilidade reduzida. Infelizmente nossa Brasília, a Capital Federal, não pode ser considerada uma cidade acessível.

E o pior: não é de hoje que se constata isso! O PDTU (datado de 2010) já alertava que "é comum encontrar nas cidades espaços não acessíveis a pessoas que possuam limitações de seus movimentos em função de deficiências, idade, estatura ou outros condicionantes" (PDTU - Relatório Final, página 41).

Adicionalmente, há o registro de que "as condições da infraestrutura para pedestres na área de estudo do PDTU/DF estão, de modo geral, em mau estado. Em muitos locais, sequer existem calçadas ou passeios, o que desestimula o pedestre, impondo-lhe caminhar sobre grama, terra ou sobre leito carroçável, o que aumenta o risco de acidentes" (PDTU - Relatório Final, página 41).

A título de recomendação (em 2010), havia a seguinte medida de curto prazo: "Recuperar e manter transitáveis calçadas, passeios, passarelas, faixas"; e a seguinte medida de médio/longo prazo: "Aumentar a disponibilidade de calçadas, passeios, passarelas, faixas" (PDTU - Relatório Final, página 302). Todavia, o que vemos é o Programa Asfalto Novo com seus R$ 737,2 milhões, beneficiando exclusivamente os veículos automotores.

Nem mesmo o "moderníssimo" Estádio Nacional Mané Garrincha escapa das críticas. Internamente é bem adaptado para receber pessoas com deficiências, mas seu entorno carece de infraestrutura adequada. Ou seja, do que adianta ter um estádio acessível sendo que o próprio estádio não pode ser acessado?

O desafio proporcionado aos deficientes no âmbito da matéria Caminhos Interrompidos ainda comenta sobre a infraestrutura da Rodoviária do Plano Piloto, no qual "as plataformas não condizem com os novos ônibus acessíveis".

Temos legislação farta sobre a acessibilidade (Leis Federais nº. 10.048 e nº. 10.098, regulamentadas pelo Decreto nº 5.296/2004), temos diagnósticos técnicos (PDTU) e temos recursos financeiros. Só falta a vontade de realmente agir na implantação de calçadas e espaços públicos acessíveis a população, especialmente para aqueles que mais necessitam. Que esse debate seja aprofundado sobretudo na época das campanhas eleitorais. A liberdade do ser humano não tem preço!

Um grande abraço e contem comigo!
Higor Guerra

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Brasília 2020: a preocupação ganha força


Prezadas(os),

Hoje saiu as seguintes matérias no Correio Braziliense sobre as projeções da situação do trânsito do DF para o ano de 2020: "Capital precisa resolver problemas de congestionamento antes de 2020" e  "Simulação de imagens mostra que o trânsito de Brasília vai parar em 2020". Nosso blog já havia alertado e comentado sobre essa questão em 26 de março de 2014 (Não viu? Clique aqui), inclusive é a postagem mais acessada do nosso blog. 

É extremamente preocupante o quadro de saturação viária no DF para os próximos anos. Mas, como resolver isso? Primeiramente é preciso realizar um bom planejamento baseado na Política Nacional de Mobilidade Urbana - Lei 12.587/2012. Esse planejamento é fundamental para não errar de novo, não há margens de erro. É preciso investir massivamente no sistema de transporte público coletivo de qualidade e na infraestrutura cicloviária e para pedestre. A época dos grandes investimentos na abertura de vias para o tráfego geral de veículos acabou, não há mais espaço para isso.

Outra importante ação governamental é transformar em obras os investimentos públicos anunciados. Brasília já conta com cerca de R$ 4,0 bilhões de recursos da União para infraestrutura de transporte público coletivo (expansão e modernização do metrô, implantação de BRTs e corredores entre outros). Assim, é preciso transformar esses anúncios em obras. Desses R$ 4,0 bilhões destaco o uso de R$ 500 milhões na implantação do BRT Sul (Expresso DF que liga Gama e Santa Maria ao Plano Piloto).

Outra medida também importante é a elaboração de novos projetos. Esses projetos precisam estar em sintonia com a Política Nacional de Mobilidade Urbana e a acessibilidade universal. Por meio desses projetos será possível captar mais recursos externos (por exemplo da União) para implantar a infraestrutura necessária.

O equacionamento do transporte do entorno é outro ponto importante a ser explorado. Nesse caso, é preciso haver uma articulação política no sentido de unir esforços entre os municípios goianos, o Estado de Goiás, o Distrito Federal e a União.

É preciso ainda estimular a descentralização das atividades e dos serviços. O Plano Piloto congrega grande número de empregos, serviços e lazer. As cidades-satélites e as cidades do entorno precisam ser menos dependentes do Plano Piloto. Elas precisam deixar de ser coadjuvantes nesse processo de desenvolvimento econômico. As próprias soluções para o transporte podem auxiliar nesse processo por meio da exploração do potencial de indução do desenvolvimento social, econômico, cultural e ambiental. É o que chamamos de Transporte Orientado ao Desenvolvimento - TOD.

Estamos em ano eleitoral, ano no qual são apresentados os Planos de Governo que, em tese, serão implantados pela coligação vencedora. Para evitarmos o quadro caótico de 2020, o próximo governo deverá adotar as medidas acima, sob pena de deixar um péssimo legado para a cidade. Portanto, saibamos escolher o melhor para nossa querida cidade!

Um forte abraço e estamos juntos!
Higor Guerra

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Documentário Paz no Trânsito


Pessoal,

Vejam esse documentário sobre a Paz no Trânsito do Jornalista Hércules Silva e conheça a história que levou Brasília ser reconhecida como capital da faixa de pedestre. Muito bom! Interessante a maneira que foi realizada para "fazer que a Lei pegasse" na sociedade, trata-se de uma questão que vai além de fiscalizar o cumprimento da lei: criação de ambiente favorável e mudança de mentalidade.

No início da década de 1990, havia um cenário de trânsito urbano onde os veículos circulavam a altíssimas velocidades (100, 120, 140 km/h...), prática comum de rachas, altíssimo índice de acidentes (inclusive com vítimas fatais), pedestres que se ariscavam a atravessar as vias em quaisquer lugares, etc. Nesse ambiente, o conflito de interesses entre pedestres e motoristas (e entre os próprios motoristas) no espaço viário era muito acentuado, e sempre prejudicial ao pedestre.

O que fazer? Colocar os agentes de trânsito na rua e multar? Não, só isso não basta. O documentário mostra como os gestores trataram o assunto. Foram tomadas medidas como: a realização de estudo sério do ambiente urbano (pontos de acidentes, áreas de conflito, etc), pesquisas de práticas e comportamentos internacionais, campanha permanente de educação no trânsito, sinalização, fiscalização eletrônica do excesso de velocidade (que era desaprovada por parte da população e muitos políticos), envolvimento de instituições públicas e privadas e movimentos populares. O documentário mostra também a parceria entre a impressa e o governo pela Paz no Trânsito.

Essa ação conjunta mostra que é possível aplicar essas medidas governamentais em outras cidades brasileiras. Entretanto, fica o alerta que esse tipo de ação não pode ser realizada de forma pontual, mas deve ser de caráter permanente. Em determinadas áreas de Brasília, vejo um certo relaxamento à questão do respeito à faixa de pedestre, o que deve ser combatido.

Interessante também é que essa mobilização (poder público, iniciativa privada, imprensa, sociedade etc) pode ser aplicada a outras questões/áreas para que possamos ter uma cidade sustentável, acessível, democrática e humana.

Assista o documentário clicando aqui. Veja também a matéria sobre o assunto publicada no Portal Rodas da Paz.

Um forte abraço!
Higor Guerra

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Um trânsito caótico...




Pessoal,

Ontem (23/04/14) a tarde (por volta das 16 horas), a Via W3 Sul (Sentido Sul), no trecho entre as quadras 712Sul e 716Sul, estava congestionada (na verdade estava extremamente caótica). Para percorrer 5 quadras (cerca de 2km) gastei 30 minutos. Agora o que mais me deixou impressionado foi o congestionamento na faixa "exclusiva" dos ônibus. Vejam a fileira de ônibus na foto.

A medida que eu ia avançando (muito lentamente) rumo a 716 Sul fui entendendo aquela situação (caótica). Para acessar o Setor Hospitalar Sul (Quadra 716 Sul), os carros particulares precisam entrar na faixa "exclusiva" dos ônibus e fazerem a conversão a direita. Ocorre que, no Setor Hospitalar Sul, o trânsito estava literalmente travado provavelmente por causa do excesso de veículos circulando e procurando vagas no insuficiente estacionamento público. Esse travamento dentro da quadra acabou refletindo no excesso de carros parados na faixa "exclusiva" dos ônibus, gerando uma fila de carros ao longo da Quadra 716 Sul e de ônibus nas demais quadras (715 Sul até 712 Sul).

Com os carros parados na faixa "exclusiva", alguns motoristas dos ônibus começaram a circular nas faixas de tráfego geral de veículos, que pelo menos andava a conta gotas. Só que as manobras dos ônibus (que são bem menos ágeis que os carros por causa de suas maiores dimensões) agravava a situação do trânsito, tornando-o ainda mais desarticulado. Havia ônibus circulando até na faixa da esquerda.

Mas a confusão não para por aí. Na Quadra 716 Sul existe uma parada de ônibus (que fica posicionada junto a faixa da direita), entretanto, na baia haviam os carros (parados) que desejavam fazer a conversão à direita e acessar (o travado) Setor Hospitalar. Lembram que falei que existiam ônibus circulando na faixa da esquerda? Pois bem... Adivinhem o que aconteceu nas proximidades dessa parada da 716 Sul.... Isso mesmo!... Passageiros atravessando de qualquer jeito a W3 Sul e embarcando nos ônibus que circulavam na faixa da esquerda. Além da insegurança, esse embarque (inadequado e desumano) ainda travou de vez a via, gerando espaços vazios a frente.

Isso tudo é um (grande) exemplo da ineficiência na circulação viária. Uma série de falhas/gargalos que acabam se agravando e gerando inúmeras consequências. Em primeiro lugar, estamos falando de uma área próxima ao Setor Hospitalar. Imaginem se houvesse uma necessidade de passagem de uma ambulância trazendo um paciente em estado grave de saúde. Em segundo lugar, essa implantação da faixa "exclusiva" de ônibus (ao menos nesse trecho) não cumpre com sua função básica de garantir exclusividade ao transporte público coletivo. Sinceramente desconheço os estudos que basearam a decisão de implantação dessa "solução" (ou pior, se essa decisão foi baseada em estudos sérios). Há ainda a carência de serviços médicos (e outras áreas) nas cidades-satélites (salvo raríssimas exceções) e entorno, forçando uma grande parcela da população a ir ao Plano Piloto.

É, meus amigos, precisamos rever muitas questões em nossa querida cidade. Bom, para isso, contem comigo! Ainda acredito que podemos ter uma Brasília que seja exemplo de cidade, com uma excelente qualidade de vida.

Um grande abraço!
Higor Guerra

terça-feira, 22 de abril de 2014

O que é um BRT?


Prezadas(os),

Ultimamente o brasiliense tem ouvido bastante sobre o Expresso DF, ou BRT Sul, sistema de ônibus de alta capacidade que liga Gama e Santa Maria ao Plano Piloto. Já falamos sobre este sistema aqui no blog.

Mas, você sabe o que é um BRT? Bus Rapid Transit (ou Trânsito Rápido por Ônibus) é um termo que vem sendo utilizado por especialistas, políticos, gestores e também pelos cidadãos. O termo vem ganhando força e vem conferindo um certo status no campo político.

Não há unanimidade na definição de BRT, nem mesmo no âmbito do governo federal. Inclusive, existem nomenclaturas que buscam agrupar diferentes níveis de BRT. O Manual de BRT (clique aqui), por exemplo, classifica os BRTs em: BRT leve, BRT e BRT completo. Já um grupo internacional (ITDP, giz, Climate Works Foundation, icct, Rockefeller Foundation) desenvolveu um sistema de pontuação do padrão de qualidade de BRT, no qual classifica os sistemas em: BRT Standard Gold (Ouro), BRT Standard Silver (Prata) e BRT Standard Bronze (Bronze). Em outra oportunidade vamos abordar essa metodologia (adiante-se e conheça a publicação, clicando aqui).

O vídeo acima (disponível também com legenda em português) aborda elementos mínimos para caracterizar um sistema de ônibus como BRT. Pessoalmente, entendo que mais do que um emblema no qual confere a um determinado sistema como sendo um BRT, é preciso certificar se a solução é a mais adequada a realidade da localidade. A proposta deve ser eficaz (atender a demanda), eficiente (atender com otimização de recursos) e efetiva (ser realmente o que a população quer).

Neste cenário, é importante observar alguns elementos que vão conferir um sistema de BRT atrativo ao usuário: 1) rapidez no deslocamento, que pode ser conseguido com uso de faixas exclusivas e priorização nos cruzamentos viários, etc; 2) conforto e segurança, por meio de veículos modernos, seguros e acessíveis, estações climatizadas, pavimento nivelado, etc; 3) informações ao usuário, mediante uso da tecnologia de ponta, painéis, totens, etc; 4) racionalização do sistema e modicidade tarifária, por meio de integrações práticas e ágeis (incluindo bicicletas e outros meios de transporte) e adequado planejamento dos serviços. Existem outros elementos que conferem a atratividade do BRT, mas que no momento não temos a pretensão em exauri-los.

Uma simples definição que gosto de usar para definir um BRT é: um sistema de ônibus com operação semelhante ao metrô. Ou seja, vias exclusivas (sem interferências), embarque pré-pago, embarque e desembarque em nível e com total acessibilidade nas estações e arredores, e integração com outros meios de transporte (pois é um sistema troncal que precisa ser alimentado).

Um forte abraço a todas(os)!
Higor Guerra

Ajude-nos a divulgar este blog: fale com seus colegas de trabalho, vizinhos, parentes e amigos. O tema da mobilidade urbana é estratégico e faz parte do nosso dia-a-dia. Vamos juntar esforços e melhorar nossa cidade!
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quinta-feira, 17 de abril de 2014

Copa 2014: Conheça o Google Transit


Prezadas(os),

Enquanto não produzimos tecnologia para facilitar a vida do cidadão nos deslocamentos, o Google anunciou um serviço de dados que permite que o usuário planeje seus deslocamentos na cidade, inclusive usando o transporte público como alternativa (leia a matéria abaixo). Fornecidos a origem e o destino, o Google Transit gera rotas considerando o uso de carro, metrô, ônibus (informando as linhas), bicicleta e deslocamentos a pé. Apresenta também uma estimativa de tempo para o deslocamento.

Fiz um teste. Coloquei como origem o Brasília Shopping e o destino o Taguatinga Shopping. O sistema gerou as rotas de carro, metrô, ônibus e a pé (a bicicleta não resultou rota). Achei bem interessante e coerente. Fiquei na dúvida quanto a linha de ônibus: 0.871. Entrei no site da Secretaria de Transporte para confrontar a informação de que essa linha realmente tinha o itinerário. Resultado: o site da Secretaria de Transportes travou e não me forneceu a informação!

Façam vocês o teste. Basta clicar neste link: 

https://maps.google.com/transit

Há também a versão para smartphones: Android e IOS.

Um forte abraço.
Higor Guerra.


Google Transit orienta sobre transporte público
em 12 cidades sede da Copa
por João Kurtz
17/04/2014 09h22 - 
Atualizado em 17/04/2014 09h22
TechTudo, globo.com
Fonte: clique aqui.

Faltando menos de dois meses para a Copa do Mundo, o Google anunciou que seu serviço de dados sobre transporte público, o Google Transit, já está disponível nas 12 cidades sede do mundial. O recurso chegou na quarta-feira (16) aos mapas de Brasília, Cuiabá, Manaus, Natal, Recife e Salvador.

As outras seis sedes – Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo – já eram cobertas pelo serviço. A funcionalidade permite que o usuário planeje suas rotas na cidade, com dados de trajetos de transportes públicos, como ônibus e metrô. A ideia é facilitar a mobilidade urbana para os moradores e turistas que encontrem na plataforma uma ajuda para não se perder pela cidade. 


O banco de dados possui informações que incluem linhas, rotas, horários, número de paradas, distância e, em alguns casos, o total da tarifa. O sistema pode ser acessado a partir do Google Maps, tanto em versões desktop e dispositivos móveis iOS e Android. As informações também estão disponíveis em outros idiomas, além do português, para os turistas.


O Google Transit foi lançado no final de 2005 nos Estados Unidos e desde então está presente em mais de 2,8 mil cidades do mundo, incluindo 22 brasileiras. Segundo o Google, o recurso possui informações de mais de um milhão de pontos de ônibus, estações de metrô, trem e balsa, com cobertura superior a um bilhão de quilômetros por dia, em todo o mundo.

"O lançamento de hoje faz parte de nossos esforços para tornar o Google Maps cada vez mais abrangente, preciso e útil para milhões de pessoas que usam transporte público", afirma o diretor de Novos Negócios do Google Brasil, Alessandro Germano. 

Greve: Metroviários + Rodoviários


Ainda perdura a greve dos metroviários e agora vem fazer coro a greve dos rodoviários. Quem depende de transporte público em Brasília está sofrendo para andar pela cidade. Menos pior a situação de quem possui carro e/ou bicicleta que pelo menos vai encontrar um trânsito mais tranquilo em função da proximidade do feriado. Tomara que estas duas greves acabem logo, senão teremos uma terça-feira (22/04) daquelas...

Abraços!
Higor Guerra

Rodoviários fecham entradas e saídas da rodoviária em protesto
Todas as entradas e saídas na plataforma inferior da Rodoviária do Plano Piloto estão fechadas


Mirelle Pinheiro
Publicação: 17/04/2014 07:31
Atualização: 17/04/2014 09:23
Fonte: Correio Braziliense
Original: clique aqui.

Insatisfeitos com as condições de trabalho, rodoviários da empresa Piracicabana fecham todas as entradas e saídas da plataforma inferior da Rodoviária do Plano Piloto. O protesto começou por volta de 6h30 desta quinta-feira (17/4). 

Segundo Carlos Melquíades, integrante da União dos Rodoviários do DF (URDF), motoristas e cobradores pedem por melhores condições de trabalho e reivindicam uma negociação com relação a data base que, segundo a categoria, não foi discutida com o governo. Melquíades acrescentou que ao menos 11 rodoviários da empresa Piracicabana foram demitidos hoje sem explicações. Viaturas da Polícia Militar estão no local.

Devido ao protesto, os motoristas dos ônibus que chegam no local para pegar passageiros são impedidos de sair. Em busca de uma alternativa, trabalhadores que depedem do transporte público seguem caminhando para as paradas de ônibus do Eixo Monumental. O embarque e desembarque dos passageiros são feitos nas proximidades da rodoviária. A ação dos rodoviários refletiu no trânsito da via S1, que está congestionado na altura do terminal.

De acordo com a Polícia Militar, os funcionários da Piracicabana tentaram fechar o terminal rodoviário do Cruzeiro por volta de 7h, no entanto, as vias de acesso foram liberadas pouco tempo depois sem causar transtorno para os passageiros.

A doméstica Maria Conceição, 36, realta a dificuldade que enfrentou nesta manhã. "Moro no Novo Gama, acordei 4h para levar o meu filho na creche e, quando chego na rodoviária, encontro essa bagunça. É revoltante!", disse.

Procurada pelo Correio, a empresa Piracicabana afirmou que não se pronunciará sobre o caso.

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Carona Solidária

Estimadas(os),

Já falei que Brasília tem potencial para ser um polo de desenvolvimento tecnológico na área de mobilidade urbana, no qual haveria estímulos para realização de estudos, pesquisas e produção tecnológica. Temos excelentes técnicos e pesquisadores na área.

Recentemente estive na Universidade de Brasília (UnB) e encontrei com o amigo e Professor Pastor Willy Gonzales. Ele me atualizou sobre o desenvolvimento do Programa Carona Solidária UnB.  Trata-se de uma iniciativa que engloba diversos cursos, grupo e setores da universidade: professores e alunos de engenharia, comunicação, computação, Núcleo de Agenda Ambiental, etc.



Como Transportar 45 pessoas sentadas?


A carona solidária busca a racionalização das viagens realizadas entre usuários, reduzindo do número de carros nas ruas, economizando custos e contribuindo para um meio ambiente melhor. Entretanto, os benefícios da prática da carona solidária podem ir além. No caso dos alunos da UnB, por exemplo, a medida promove a troca de ideias e a socialização entre alunos de diferentes áreas. 

Professor Pastor Willy Gonzales

Atualmente, um grupo de professores e alunos estão desenvolvendo um website para facilitar as caronas. Esse ambiente virtual prevê cadastramento dos participantes (motoristas e caronas) o que permitirá maior segurança e organização das rotas e horários. Enquanto o website não fica pronto, os alunos, professores e funcionários da UnB podem combinar previamente as rotas, os pontos de encontro e os horários por meio das redes sociais (facebook). Além disso, há também pesquisas de opinião e espaço para sugerir ideias sobre pontos de carona, adesivos nos carros dos participantes, comportamento no trajeto etc. 

Saiba mais:


Essa iniciativa pode ser multiplicada para outras grandes instituições (órgãos públicos, empresas privadas etc), o que ajudaria a minimizar problemas como o congestionamento e a insuficiência de estacionamento público. Entretanto, cabe observar algumas medidas de segurança:
  • Evite embarques ao longo do meio-fio das vias, procure pontos de carona seguros como os estacionamentos;
  • Combine previamente a rota e horário;
  • Busque conhecer as pessoas, não se envolva com estranhos;
  • Fique atento ao transporte clandestino (ação que deve ser combatida);
  • Tenha em mente que você pode não conseguir a carona, portanto, tenha alternativas, principalmente para voltar a noite para casa.


É preciso ter em mente que a prática da carona solidária deve ser tratada como uma medida auxiliar na melhoria da mobilidade urbana. O principal esforço continua em dotar a cidade de sistema de transporte público coletivo de qualidade e investir em infraestrutura de transporte não motorizado (ciclovias, calçadas etc).

Abraços,
Higor Guerra





sexta-feira, 11 de abril de 2014

e-Mobility e a recarga de veículos elétricos por indução


Olá pessoal!

Como será nossa cidade no futuro? O que acontecerá com os veículos elétricos? Bom, só teremos respostas a essas perguntas no futuro. Mas, podemos construir um futuro a partir de hoje! Na atualidade, existem tecnologias que começam a se destacar e que possuem vasto campo de crescimento em um futuro próximo. Um exemplo disso é o wireless, já presente nos lares de muitas famílias brasileiras.

Movimentar veículos (trens, ônibus, carros, bicicletas...) requer energia. É possível transferir energia por indução, ou seja, sem necessidade de contato físico, sem fio. Assim, por que não pensar em vias dotadas de infraestrutura que permitem a recarga de veículos sem o uso de fios? Pois bem, existem empresas já desenvolvendo estas ideias e cidades implantado essa tecnologia.

Já disse aqui no blog que Brasília poderia se tornar um polo de desenvolvimento na área de mobilidade urbana, com políticas públicas de incentivo aos estudos, pesquisas e produção tecnológica. Vamos dar um passo além e buscar redirecionar nossas ações para que possamos ter uma Brasília Sustentável, Acessível, Democrática e Humana!

Um forte abraço e contem comigo!
Higor Guerra


O futuro da mobilidade urbana com veículos elétricos
Leia o primeiro "miniartigo" do novo colaborador do Mobilize que, de Portugal, comentará novidades sobre: sustentabilidade, energia nos transportes e novas tecnologias


Fonte: Mobilize Brasil 
Autor: Cláudio Mantero*
Postado em: 30 de janeiro de 2014

O primeiro assunto que tratarei será tecnologia em eletrificação. Para começar, vamos imaginar para além do que vemos hoje na mobilidade urbana utilizando veiculos elétricos. E a canadense Bombardier já deu o passo adiante ao desenvolver o projeto Primove.

A nova tecnologia criada pela empresa permite que bondes, ônibus e carros elétricos (talvez até bicicletas elétricas) possam rodar pelas ruas usando um mesmo sistema de alimentação sem fios. O segredo está na instalação subterrânea elétrica que transfere a energia para os veículos por um sistema de indução. Sem cabos, com menos manutenção, menor interferência visual e com mais segurança. O melhor, para entender, é ver o vídeo da Bombardier sobre o novo sistema.


Sistema de recarga por indução Primove

O modelo já foi implantado em algumas cidades da Europa, como Augsburg, Braunschweig e Mannheim (Alemanha), e Lommes (Bélgica). É o futuro: uma solução promissora, em que os vários modos são integrados numa rede de recarga rápida e abrangente, por proximidade (wireless). 

*Cláudio Mantero lidera o Departamento de Pesquisa e Planejamento da empresa Horários do Funchal - Transportes Públicos S.A. (Portugal)


quinta-feira, 10 de abril de 2014

As linhas de um plano de governo


Estimadas(os),

Vamos retomar a nossa seção "Plano de Governo e Eleições 2014". É extremamente desejável que uma candidatura a cargo majoritário do Poder Executivo (Presidente, Governador, Prefeito e respectivos Vices) esteja ancorada em um adequado e rico planejamento. No meu entendimento, a primeira questão a ser debatida na elaboração de um plano de governo são os princípios, as diretrizes e os objetivos que irão nortear os trabalhos e a proposta.

Costumo comparar os princípios ao DNA (ácido desoxirribonucleico) da genética. Ou seja, qualquer ação ou projeto que vier a frutificar tem que possuir a marca dos princípios apresentados no plano de governo. Assim, se o plano prever a acessibilidade universal, então qualquer projeto de calçadas a ser implantada tem que possuir condições apropriadas para qualquer pessoa circular.

as diretrizes são nossos caminhos por onde devemos trilhar, o rumo a seguir. Perante um conflito de interesses (o que é bastante comum na mobilidade urbana), vamos ter diretrizes que facilitarão uma solução. Desta forma, quando percebermos que um corredor de ônibus está sendo prejudicado em uma interseção viária, então poderemos conferir uma solução no qual se priorize o transporte público coletivo, a exemplo da implantação de semáforos inteligentes.

O objetivo de um plano de governo é a aonde se pretende chegar no final dos quatro anos de governo. Se queremos reduzir o tempo que gastamos nos nossos deslocamentos, é preciso que tomemos medidas eficazes nesse sentido, como investir na melhoria do transporte público coletivo e na infraestrutura cicloviária.

Sugiro que vocês fiquem atentos aos princípios, diretrizes e objetivos dos planos de governo a serem apresentados nas candidaturas. Uma boa forma de saber se possuem fundamento ou de verificar sua qualidade é comparar o que está sendo proposto com o disposto na Política Nacional da Mobilidade Urbana (Lei 12.587/2012). Saiba mais acessando as matérias da Seção "Decifrando a Lei" do nosso blog!

Espero ter contribuído. Estamos juntos na melhoria do trânsito, do transporte e da mobilidade urbana da nossa cidade.

Um grande abraço!
Higor Guerra

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segunda-feira, 7 de abril de 2014

Por que o usuário do metrô tem que ser prejudicado?

 
Duas certezas na vida do brasiliense: a primeira é que um dia vai partir desta vida para uma melhor; e, a segunda é que ao menos uma vez por ano vai ter greve dos metroviários. Por que o usuário do metrô tem que sair prejudicado em um assunto que nem compete a ele resolver? Entre as reivindicações estão melhores condições de trabalho, redução de carga horária, acertos trabalhistas, além do sempre presente aumento salarial. Sinceramente, não vou entrar nessa discussão até porque o assunto trabalhista não é objetivo deste blog.
 
Entretanto, não há como fechar os olhos para o fato da gravidade que essa greve gera na mobilidade urbana. São cerca de 150.000 passageiros prejudicados. Muitos desses passageiros desistem de pegar o metrô e realizam suas viagens de carro, aumentando ainda mais o número de veículos na cidade, consequentemente gerando mais congestionamentos, mais estresses etc. Outros optam pelo caótico sistema de ônibus e alguns vão no aperto dos pouquíssimos trens que circulam (por força de atendimento de um quantitativo mínimo de frota).  
 
Na briga travada entre o governo e o sindicato dos metroviários, o único que não tem nada ver com o assunto é o usuário, mas é ele quem sempre sofre as principais consequências. Dizem que o Poder Judiciário existe para fazer justiça. Então, em uma primeira análise, por que o usuário precisa ser penalizado se ele não tem absolutamente nada haver com os impasses gerados entre governo e sindicalistas?
 
Outra questão que não entendo: por que estão fechando estações para o embarque? O sistema de metrô não é um bem público para uso coletivo? Por que o cidadão de bem não pode acessar determinadas estações?
 
Acredito que temos que rever todas essas questões, sob a ótica do usuário. Enquanto não temos um espaço apropriado para esse debate, vamos aguardar o que a justiça decide com esse impasse. Só espero que a sentença não prejudique o usuário que paga pela prestação do serviço.
 
Abraços,
Higor Guerra.

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Carro desprezado


Estimadas(os),

Estudo realizado em São Paulo aponta uma mudança na relação do usuário com seu automóvel. Conforme pesquisa, as classes A e B reduziram o uso de automóveis em 6% e, na mesma proporção, aumentaram as viagens a pé ou transpdesprezadoorte público em relação ao ano de 2007. Possível explicação: trânsito caótico, aumento da oferta de transporte público (principalmente metrô) e crescente conscientização socioambiental da população. O estudo também apontou maior uso do táxi e das bicicletas como alternativas. 


Saiba mais acessando o texto na íntegra no site da Mobilize: O carro já não é mais o mesmo


Acredito que as conclusões e apontamentos realizados no estudo feito em São Paulo, em alguma medida, vão se aplicar (ou já estão sendo aplicadas) também à Brasília. O caos no trânsito está sufocando a nossa cidade, gerando insatisfação dos brasilienses. Muitos motoristas já são pautados em suas viagem pelo trânsito: "Ah, não vou sair agora por conta do trânsito! Só compensa sair daqui uma hora!"

Todavia, para muitos não é fácil dizer que vai largar o carro em casa, pois a cidade ainda carece de oferta de transporte público de qualidade, carece de infraestrutura cicloviária apropriada e carece de calçadas acessíveis e decentes. Há ainda a maior insegurança por parte de quem usa o transporte público e não motorizados (pedestres e ciclistas) em relação ao usuário do veículo particular.

Sinceramente, acredito que o principal motivo que levam os usuários de carro a repensarem nas suas formas de deslocamentos é o trânsito caótico e a dificuldade de encontrar estacionamento. Para os mais ricos, a variável mais importante é o tempo; ou seja, realizar a viagem no menor tempo possível, independente do custo. Já para os menos endinheirados, o custo do deslocamento possui maior peso na decisão.

Desta forma, é fundamental que o usuário tenha a opção de escolher: se vai de carro, de metrô, de ônibus (confortável e rápido) ou de bicicleta. O que não dá é o usuário ficar refém do seu próprio carro, por falta de condições dignas de uso nos outros meios de transporte.

Um grande abraço a todos e um bom fim de semana!
Higor Guerra






quinta-feira, 3 de abril de 2014

Giro de Notícias


Expresso DF Sul
O sistema começou a operar em fase de testes ontem (03/04/2014). Inicialmente ligará o Gama à Rodoviária do Plano Piloto, mas a proposta atenderá também os moradores de Santa Maria. O embarque está sendo gratuito durante os testes. Estão sendo investidos R$ 533 milhões.




3 Ônibus queimados
Passageiros colocaram fogo em 3 ônibus que quebraram na BR-040. As ações ocorreram em um período inferior a 48 horas. Os ônibus são do sistema de transporte que opera o Entorno Sul do DF.




UTB e VIACAP começaram a operar o Entorno Sul
Segundo a ANTT, novas empresas começaram a operar as linhas do Entorno Sul do DF em caráter emergencial. No momento apenas alguns ônibus novos estão operando (cerca de 10% da frota), mas estão previstos 201 novos ônibus. As empresas União Transporte Brasília (UTB) e Viação Capital Ltda (Viacap) foram as escolhidas pela ANTT.





Bikes de Aluguel
O Plano Piloto terá estações de aluguel de bicicleta. O morador ou turista poderá pegar a bike em um ponto e entregar em outro. O edital de chamamento público de empresas interessadas foi lançado no dia 1º de abril e a escolha da empresa vencedora deverá ser no dia 11/04/2014. Inicialmente serão 10 estações e 100 bicicletas.

terça-feira, 1 de abril de 2014

Usuárias de ônibus e a segurança: locais de desembarque


Prezadas(os),

Na última sexta-feira, dia 28/03/2014, foi noticiado a publicação de um Decreto do Governo do Distrito Federal no qual dispõe sobre a obrigatoriedade de desembarque de mulheres fora do ponto de parada, em período noturno, no transporte público coletivo (ônibus), desde que respeitado o itinerário e em locais permitidos para o estacionamento. Veja o Decreto abaixo.

Segundo noticiado e dado o atual cenário de (in)segurança de Brasília, a medida visa garantir maior segurança às usuárias do ônibus no período noturno. De fato, o novo regramento apresentado é interessante e confere menor sensação de insegurança às mulheres que usam o ônibus. Pelo que venho conversando com usuárias, o decreto teve efeitos positivos! Adicionalmente, a medida não gera significativos impactos ao sistema de transporte público coletivo, uma vez que o período da obrigatoriedade não é de grande tráfego de ônibus e veículos.

Agora vamos aprofundar um pouco mais sobre o assunto da segurança. Após a usuária do ônibus desembarcar, ela vira pedestre e precisa caminhar até seu destino (casa, trabalho etc). Sendo assim, a título de contribuição, penso que outras medidas devem ser adotadas para minimizar a insegurança nos deslocamentos das pessoas (mulheres e homens), a exemplo da melhoria da iluminação nas proximidades dos pontos de parada e ao longo das calçadas. As próprias calçadas também devem ser apropriadas, eliminando falhas que podem prejudicar o deslocamento dos pedestres. Há ainda outras medidas que devem ser dotadas de forma integrada à política de mobilidade urbana, a exemplo do maior policiamento em áreas críticas.

Em alguns casos, como o do BRT Sul (Expresso DF - Gama-Santa Maria-Plano Piloto), o desembarque só poderá ser feito nas estações, uma vez que os ônibus possuem piso elevado, impossibilitando o desembarque das usuárias fora das paradas previstas. Assim, pensando na segurança das(os) usuárias(os), é fundamental que haja calçadas e iluminação apropriadas e possível reforço policial. A região do Park Way que será atendida pelo BRT Sul é um bom exemplo: em muitos trechos, há carência de calçadas e de iluminação entre as estações e as residências.

Estou junto de vocês na construção de uma cidade segura!

Um grande abraço,
Higor Guerra




DECRETO Nº 35.269, DE 27 DE MARÇO DE 2014
DODF de 28 de março de 2014.

XXV – após as 22 horas, os condutores dos veículos de transporte público coletivo, sempre que solicitados, deverão parar os ônibus, para possibilitar o desembarque de pessoas do sexo feminino, em qualquer local onde seja possível estacionar, respeitado o trajeto da linha, ainda que fora do ponto de parada;

XXVI – as concessionárias e delegatários de transporte público coletivo deverão divulgar, em local de alta visibilidade, no espaço interno do ônibus a garantia assegurada no inciso VI do artigo 17 deste Regulamento”.

Art. 17 São direitos dos usuários:
“...

VI – solicitar, após as 22 horas, que o ônibus pare fora do ponto de parada, de forma a possibilitar o desembarque de pessoas do sexo feminino, em qualquer local onde seja possível estacionar, respeitado o trajeto da linha do ônibus"

Veja diretamente do Diário Oficial do DF, clicando aqui.