quinta-feira, 10 de julho de 2014

Ligação Luziânia ao Distrito Federal



Amigas(os),

No dia 07 de julho de 2014, eu estive em Luziânia/GO para conversar com lideranças das cidades próximas, com a presença do Deputado Estadual de Goiás Francisco Júnior. Pauta: transporte público coletivo entre municípios do entorno e o Distrito Federal.

Acesso precário aos abrigos de ônibus: ausência de calçadas 

Este sistema de transporte público é muito precário. São milhares de moradores de cidades como Luziânia, Cidade Ocidental, Valparaíso, Jardim Ingá que diariamente se deslocam ao Plano Piloto (DF) para trabalhar, viagens que chegam a ultrapassar mais de 100km (ida e volta). São muitas horas perdidas dentro de ônibus sem o conforto adequado.

A BR-040 é a principal ligação das cidades do entorno sul ao DF. Trata-se de uma rodovia federal em meio urbano, mas sem a infraestrutura adequada para tal contexto. O acesso aos abrigos de ônibus ao longo da rodovia são dificultados por causa da ausência de calçadas. Não há exclusividade para a circulação dos ônibus. Qualquer intervenção ao longo da rodovia precisa de autorização do Governo Federal.

Estabelecimentos comerciais ao longo da rodovia

A BR040 segrega as cidades goianas. Há comércio e moradias dos dois lados da rodovia, o que ocasiona grande fluxo de pessoas circulando na via que foi dimensionada para ser uma rodovia rural. Isso implica principalmente em preocupações com a segurança viária. São pessoas que se arriscam atravessando da rodovia constantemente.
 
Valparaíso/GO: a cidade é segregada pela BR040 - uso de passarelas 

Verifica-se também intenso movimento de transporte de cargas na região. A logísticas desses transportadores é prejudicada, uma vez que precisam opera em vias que não foram dimensionadas para o contexto urbano.

Movimentação de cargas

Já no Distrito Federal não se verifica tantos problemas. A segregação urbana não é tão presente como nas cidades do entorno sul. Recentemente foi inaugurado o Expresso DF Eixo Sul (apesar de ainda estar em fase de conclusão de obras) que confere circulação em faixas exclusivas de determinados ônibus (a infraestrutura é um fator positivo, mas a operação do sistema... vamos tratar em outra oportunidade!).

Santa Maria/DF: Viaduto de uso exclusivo do Expresso DF Eixo Sul

Santa Maria/DF: Faixa exclusiva do Expresso DF Eixo Sul

Expresso DF Eixo Sul: trechos ainda em obras

Registra-se que os ônibus que vem das cidades goianas não circulam nas faixas exclusivas do BRT. Ou seja, o usuário do transporte público que vem de Luziânia, por exemplo, em nenhum momento possui qualquer tipo de priorização.

Vejam quão complexa é a situação do transporte do entorno. A operação do sistema é feita mediante uma outorga temporária sob regulação e fiscalização da Agência Nacional de Transportes Terrestres - ANTT (órgão da União). O sistema atende a diversos municípios goianos que não possuem condições (financeiras e legais) nem mesmo para arcar com calçadas e abrigos descentes, quanto mais com uma infraestrutura que priorize a circulação dos ônibus. No DF, a infraestrutura que confere a exclusividade só pode ser utilizada pelos ônibus do Expresso DF Sul.

Ou seja, são diversos entes federados (União, Estado de Goiás, Distrito Federal e Municípios) que possuem suas obrigações com o cidadão, mas que ao mesmo tempo possuem limitações de competência. Assim, parece que cada um fica jogado a responsabilidade para o outro.

Não há outra solução: é preciso unir esforços coordenados de todos eles em prol de um sistema de transporte público de qualidade. É preciso deixar de lado as limitações de cada ente federado e trabalhar focado no cidadão, no ser humano que realmente usa o sistema de transporte público.

O consórcio público é uma interessante ferramenta para isso. Todos se unem para resolver o problema. É preciso estruturar um consórcio em torno de objetivos claros e que possibilite agilidade nas ações, no qual cada ente federado deverá honrar com seus compromissos.

Em termos de infraestrutura, atualmente se discutem duas grandes propostas para a região. A primeira é um sistema de BRT semelhante (e compatível) ao Expresso DF Eixo Sul (Gama-Santa Maria-Rodoviária do Plano Piloto) a ser operado na BR040. Este está com recursos da União garantidos para a elaboração de projetos de engenharia. A segunda proposta que está sendo debatida é a implantação de um sistema de Trens Urbanos, aproveitando a infraestrutura férrea existente que atualmente opera o transporte de cargas. Neste caso, a SUDECO encomendou um Estudo de Viabilidade Técnica e Econômica. O interessante (ou preocupante) é que são investimentos da União em duas iniciativas que, a princípio, podem ser consideradas como concorrentes.

Linha férrea existente: transporte de cargas

O fato é que, se nada for feito em um curto período de tempo, a tendência é piorar e muito a qualidade de vida (se é que ainda existe alguma qualidade) daqueles que trabalhadores que moram nas cidades do entorno.

Por fim, quero deixar a foto do flagrante que pegamos na nossa viagem. Um ônibus (do sistema de transporte público do DF) circulando com a tampa do bagageiro aberta, gerando perigo para os demais motoristas. Imaginem se fosse do outro lado do ônibus: risco para os pedestres e os ciclistas!

Ônibus trafegando com tampa do bagageiro solta

Por um transporte de qualidade! Contem comigo!
Abraço Grande!
Higor Guerra


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