segunda-feira, 28 de abril de 2014

Brasília 2020: a preocupação ganha força


Prezadas(os),

Hoje saiu as seguintes matérias no Correio Braziliense sobre as projeções da situação do trânsito do DF para o ano de 2020: "Capital precisa resolver problemas de congestionamento antes de 2020" e  "Simulação de imagens mostra que o trânsito de Brasília vai parar em 2020". Nosso blog já havia alertado e comentado sobre essa questão em 26 de março de 2014 (Não viu? Clique aqui), inclusive é a postagem mais acessada do nosso blog. 

É extremamente preocupante o quadro de saturação viária no DF para os próximos anos. Mas, como resolver isso? Primeiramente é preciso realizar um bom planejamento baseado na Política Nacional de Mobilidade Urbana - Lei 12.587/2012. Esse planejamento é fundamental para não errar de novo, não há margens de erro. É preciso investir massivamente no sistema de transporte público coletivo de qualidade e na infraestrutura cicloviária e para pedestre. A época dos grandes investimentos na abertura de vias para o tráfego geral de veículos acabou, não há mais espaço para isso.

Outra importante ação governamental é transformar em obras os investimentos públicos anunciados. Brasília já conta com cerca de R$ 4,0 bilhões de recursos da União para infraestrutura de transporte público coletivo (expansão e modernização do metrô, implantação de BRTs e corredores entre outros). Assim, é preciso transformar esses anúncios em obras. Desses R$ 4,0 bilhões destaco o uso de R$ 500 milhões na implantação do BRT Sul (Expresso DF que liga Gama e Santa Maria ao Plano Piloto).

Outra medida também importante é a elaboração de novos projetos. Esses projetos precisam estar em sintonia com a Política Nacional de Mobilidade Urbana e a acessibilidade universal. Por meio desses projetos será possível captar mais recursos externos (por exemplo da União) para implantar a infraestrutura necessária.

O equacionamento do transporte do entorno é outro ponto importante a ser explorado. Nesse caso, é preciso haver uma articulação política no sentido de unir esforços entre os municípios goianos, o Estado de Goiás, o Distrito Federal e a União.

É preciso ainda estimular a descentralização das atividades e dos serviços. O Plano Piloto congrega grande número de empregos, serviços e lazer. As cidades-satélites e as cidades do entorno precisam ser menos dependentes do Plano Piloto. Elas precisam deixar de ser coadjuvantes nesse processo de desenvolvimento econômico. As próprias soluções para o transporte podem auxiliar nesse processo por meio da exploração do potencial de indução do desenvolvimento social, econômico, cultural e ambiental. É o que chamamos de Transporte Orientado ao Desenvolvimento - TOD.

Estamos em ano eleitoral, ano no qual são apresentados os Planos de Governo que, em tese, serão implantados pela coligação vencedora. Para evitarmos o quadro caótico de 2020, o próximo governo deverá adotar as medidas acima, sob pena de deixar um péssimo legado para a cidade. Portanto, saibamos escolher o melhor para nossa querida cidade!

Um forte abraço e estamos juntos!
Higor Guerra

2 comentários:

  1. Prezado Higor, suas observações não são privilégios de BSB, ocorrem nas capitais de todo o País. O aumento da frota de veículos, tendo o governo como facilitador, contribui com o aumento das arrecadações de impostos e com as industrias de multas a quem interessar possa. Ao povo, ainda ignorante, é passado a melhoria na qualidade de vida porque pode a classe C adquirir um carro, achando que país rico é onde o menos favorecido pode obter um carro quando na verdade é o contrário, país rico é onde a classe média alta pode utilizar dos serviços de transporte público.
    abr

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    1. Infelizmente os problemas que muitas vezes coloco como exemplo Brasília são também realidade em outras grandes (e médias) cidades do Brasil. Percebo que nossos políticos e gestores públicos ainda não estão conscientes (ou convencidos) sobre a Política Nacional da Mobilidade Urbana (que tanto defendo aqui). Até acho que toda família deveria ter condições de ter um carro (pois isso facilita muitos deslocamentos, sobretudo em passeios em família). Agora sou favorável ao uso racional do veículo. Para tanto, é fundamental que o usuário tenha a opção para seus deslocamentos. O usuário precisa ter a opção do transporte público de qualidade, da infraestrutura cicloviária e calçadas acessíveis. E que ocorre, em muitos casos, é que o cidadão só tem a opção do carro ou que o cidadão não vê atrativos no transporte público. Associado à atratividade do transporte público deve haver também o desestímulo ao uso do carro. Abraços.

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