sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Série Minha Experiência >> Rodoviária do Plano Piloto - Sudoeste

Hoje vou comentar uma viagem que fiz de ônibus em 31/07/13 saindo da Rodoviária do Plano Piloto até o Sudoeste/DF.

Cheguei na plataforma da linha 152.2. Raramente pego essa linha, mas não precisei pedir informações, o totem eletrônico me passou as informações que precisava. Na plataforma havia uma grande fila e, por lá, esperei uns 10 minutos até o ônibus estacionar. Não houve atrasos, o horário indicado da viagem era 17:40 e neste horário embarquei.

O ônibus (daqueles bem antigos) saiu lotado da Rodoviária. Tive que ir em pé. Boa parte dos passageiros pareciam exaustos no fim daquela tarde. Só para sair da rodoviária, devido aos muito ônibus que circulam por lá, gastamos 7 minutos (neste mesmo tempo é possível percorrer quase toda a Asa Sul no metrô). O próximo desafio foi vencer as 6 faixas do Eixo Monumental, indo de um lado para o outro, de forma a alcançar o primeiro ponto de parada. O processo não foi muito complicado: o cobrador olhava para trás e dava umas batidinhas na carroceria do ônibus de forma a avisar o motorista que podia ir avançando nas faixas.

O trânsito no Eixo Monumental estava muito pesado. Íamos em uma velocidade bastante baixa. Mais lentos que os carros ao lado, pois a aceleração do ônibus é inferior, apesar das fortes arrancadas iniciais que faziam "acomodar" os passageiros. Uma faixa exclusiva para o ônibus cairia bem!

Neste anda e para e nas chacoalhadas do ônibus (a foto desta postagem foi tirada nestas condições), eu vinha ouvindo  umas batidas na lataria. Não sabia bem da onde vinham os barulhos, mas só torcia para não ser nada grave que viesse a prejudicar a viagem.

Eu estava localizado na parte de trás do ônibus. Colado na porta traseira havia uma informação do tipo: "este veículo só circula com as portas fechadas". Inicialmente aquilo me passou segurança. Mas, momentos antes da parada do ônibus em um ponto, a porta abriu completamente com o veículo em movimento. O passageiro, que já se encontrava na escada da porta, pareceu não ter se importado.

Mais adiante, perto do ponto da parada do Palácio do Buriti, aproximou-se à porta traseira uma moça com a mão na boca dando sinais de querer vomitar (devia ser por causa das chacoalhadas). Pensei: é agora! Ela segurou bem a onda, mas batia na porta para ver se o motorista abria. Sem sucesso. Ela teve que esperar chegar na parada para poder desembarcar.

Saindo do Eixo Monumental e virando na EPIG, encontramos um ônibus danificado. Ao redor muitas pessoas esperando pelo próximo.  Continuando o caminho, no momento das curvas, algumas pessoas esbarravam em mim, mas bastava um sincero pedido de desculpas para manter o status quo do início da viagem. Em certa curva (e que curva), eu fui jogado contra um colega de viagem. Educadamente também providenciei meus sinceros pedidos de desculpas.

Chegando no Sudoeste, a medida que íamos parando nos pontos, o ônibus ficava mais vazio (pois praticamente ninguém mais embarcava, só havia desembarques). Consegui sentar! O banco não era dos mais limpos, mas como já estava voltando do trabalho, não me importei. 

As batidas na lataria pareciam se intensificar. Bom, a essa altura eu já estava próximo do meu destino mesmo, portanto não seria tão penalizado se o ônibus tivesse que pedir arrego. Às 18:25 eu desembarquei no ponto de ônibus. Fui andando pela calçada e, a certa altura, olhei para trás só para ver aonde o ônibus se encontrava. Para minha surpresa ele ainda estava no ponto de ônibus. O motorista havia descido para conferir alguma coisa debaixo do eixo traseiro. Seriam as batidas? Bom, não fiquei para ajudar, mas espero que meus colegas de viagem não tenham sido prejudicados.

Estava andando por agradáveis calçadas no Sudoeste. Pensei: "agora não há mais nada de diferente para contar no blog". Só foi terminar de pensar nisso que quase fui atropelado por um ciclista que vinha por trás trafegando na calçada. Ele parou a bicicleta e me pediu desculpas. Bom, lembrei dos esbarrões no ônibus e dei um sorriso.

Gastei 45 minutos no meu trajeto de ônibus de cerca de 8,5km. Quando vou para casa (em Águas Claras), gasto cerca de 25 minutos de metrô para correr cerca de 18 km. É uma diferença grande, sem contar que no metrô não tem aquelas significativas chacoalhadas e nem as batidas na lataria (só de vez em  quando falta energia). 

Nessa situação que vivenciei no ônibus, realmente fica difícil de convencer o usuário a abrir mão do carro e pegar ônibus. Particularmente se eu tivesse que fazer esse trajeto diariamente, eu iria fazê-lo de carro.

Só com grandes investimentos é possível tornar o transporte público coletivo mais atrativo. Portanto, vamos participar e mudar essa realidade.

Por uma mobilidade urbana melhor, contem comigo!

Grande abraço!

Higor Guerra.

Colabore você também com essa série. Mande suas experiências para hoguerra@gmail.com

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