quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Doce Mobilidade

Prezados(as),

Transcrevo um texto muito interessante que recebi do meu amigo Cláudio Oliveira da Silva, no qual ele apresenta uma visão diferenciada do que estamos habituados a ver em nossa cidade. Vamos repensar nossos espaços urbanos! Vale a leitura! Abraços!


"BICICLETAS, PEDESTRES E PESSOAS COM DEFICIÊNCIA: MOBILIDADE DOCE.
Claudio Oliveira da Silva


RESUMO
Mobilidade doce fica aqui entendida como aquela caracterizada pelo baixo impacto ambiental com ganhos para a cidade enquanto espaço de vitalidade e sociabilidade. Não se trata de usar um novo termo por si, mas tão somente de chamar atenção para uma abordagem de mobilidade urbana ainda mal solucionada.
O principal aspecto da mobilidade doce é o desempenho da velocidade que associada à nossa condição de indivíduos dotados de cabeça, tronco e membros nos direciona aos meios de transportes não motorizados como o a pé, bicicletas, e pessoas com deficiência e mobilidade reduzida.
Nenhum dos modos não motorizados de transporte pode ser vislumbrado como solução única. Sua abordagem comparada permite agregar a requalificação dos espaços urbanos. Sua abordagem integrada a transportes de maior capacidade ou outros adaptados à situação de compartilhamento, menor emissão de poluentes e adequação ao entorno, permite agregar a requalificação de espaços urbanos e regionais.
Em 2010, dos municípios que integram o Sistema de Informações da Mobilidade da ANTP, naqueles com população entre 250 e 500 mil habitantes 46,25% de todas as viagens são realizadas a pé e de bicicleta. Nos municípios com população entre 500 mil e 1 milhão esse percentual passa a ser 42,35%. Somando a isso o percentual de 23,9% da população brasileira que apresenta algum tipo de deficiência, IBGE. Tais dimensões revelam a responsabilidade que há implícita nas abordagens recentes e intervenções urbanas.
Dentre os principais requisitos da mobilidade por bicicletas estão (i) entender que a solução de infraestrutura não está somente em implantação de ciclovias; (ii) reconhecer onde e como se localizam as demandas; e (iii) promover a integração com os demais modos de transporte para uma acessibilidade mais ampla.
Dentre os principais requisitos da mobilidade para pessoas com deficiência estão (i) reconhecer a acessibilidade universal como direito humano; (ii) utilizar as técnicas de maneira adequada e dar respostas corretas aos diferentes tipos de deficiência; e (iii) aplicar a acessibilidade como princípio de projeto.
Dentre os principais requisitos de mobilidade de pedestres estão (i) acreditar que todas as viagens começam com o a pé; (ii) utilizar os raios de abrangência como critério de planejamento para localização de acesso ao transporte coletivo; (iii) tratar as ambiências urbanas através da arquitetura da paisagem, para que as calçadas sejam convidativos, e através da densidade e uso e ocupação do solo para que as cidades sejam mais vibrantes.

O principal desafio nesse momento é tornar a mobilidade doce prioridade na agenda política e inverter recursos significativos para sua implementação. Sabemos, no entanto, que não é uma tarefa fácil diante do histórico de opções tomadas no nosso país e da escassez de recursos voltados a essa finalidade. O Programa de Aceleração do Crescimento se apresenta como oportunidade."

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