Prezados(as),
Transcrevo um texto muito interessante que recebi do meu amigo Cláudio Oliveira da Silva, no qual ele apresenta uma visão diferenciada do que estamos habituados a ver em nossa cidade. Vamos repensar nossos espaços urbanos! Vale a leitura! Abraços!
"BICICLETAS, PEDESTRES E
PESSOAS COM DEFICIÊNCIA: MOBILIDADE DOCE.
Claudio
Oliveira da Silva
RESUMO
Mobilidade doce fica aqui entendida como aquela
caracterizada pelo baixo impacto ambiental com ganhos para a cidade enquanto
espaço de vitalidade e sociabilidade. Não se trata de usar um novo termo por
si, mas tão somente de chamar atenção para uma abordagem de mobilidade urbana
ainda mal solucionada.
O principal aspecto da mobilidade doce é o
desempenho da velocidade que associada à nossa condição de indivíduos dotados
de cabeça, tronco e membros nos direciona aos meios de transportes não
motorizados como o a pé, bicicletas, e pessoas com deficiência e mobilidade
reduzida.
Nenhum dos modos não motorizados de transporte
pode ser vislumbrado como solução única. Sua abordagem comparada permite
agregar a requalificação dos espaços urbanos. Sua abordagem integrada a
transportes de maior capacidade ou outros adaptados à situação de
compartilhamento, menor emissão de poluentes e adequação ao entorno, permite
agregar a requalificação de espaços urbanos e regionais.
Em 2010, dos municípios que integram o Sistema de
Informações da Mobilidade da ANTP, naqueles com população entre 250 e 500 mil
habitantes 46,25% de todas as viagens são realizadas a pé e de bicicleta. Nos
municípios com população entre 500 mil e 1 milhão esse percentual passa a ser
42,35%. Somando a isso o percentual de 23,9% da população brasileira que
apresenta algum tipo de deficiência, IBGE. Tais dimensões revelam a
responsabilidade que há implícita nas abordagens recentes e intervenções
urbanas.
Dentre os principais requisitos da mobilidade por
bicicletas estão (i) entender que a solução de infraestrutura não está somente
em implantação de ciclovias; (ii) reconhecer onde e como se localizam as demandas;
e (iii) promover a integração com os demais modos de transporte para uma
acessibilidade mais ampla.
Dentre os principais requisitos da mobilidade
para pessoas com deficiência estão (i) reconhecer a acessibilidade universal
como direito humano; (ii) utilizar as técnicas de maneira adequada e dar
respostas corretas aos diferentes tipos de deficiência; e (iii) aplicar a
acessibilidade como princípio de projeto.
Dentre os principais requisitos de mobilidade de
pedestres estão (i) acreditar que todas as viagens começam com o a pé; (ii)
utilizar os raios de abrangência como critério de planejamento para localização
de acesso ao transporte coletivo; (iii) tratar as ambiências urbanas através da
arquitetura da paisagem, para que as calçadas sejam convidativos, e através da
densidade e uso e ocupação do solo para que as cidades sejam mais vibrantes.
O principal desafio nesse momento é tornar a
mobilidade doce prioridade na agenda política e inverter recursos
significativos para sua implementação. Sabemos, no entanto, que não é uma
tarefa fácil diante do histórico de opções tomadas no nosso país e da escassez
de recursos voltados a essa finalidade. O Programa de Aceleração do Crescimento
se apresenta como oportunidade."
Nenhum comentário:
Postar um comentário