segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Manhã de acidentes e um dia de aprendizado...



Hoje Brasília amanheceu com uma série de acidentes: capotamento de uma van escolar na Av. das Nações; outro capotamento na saída da Ponte JK, sentido Asa Sul; outro acidente na DF-180; atropelamento por um carro e uma moto no Eixão Sul, resultando na morte de uma senhora de 66 anos; colisões e engavetamentos em outras vias. Realmente uma manhã de muita dor para os brasilienses. 

(Saiba mais sobre esses lamentáveis acidentes clicando aqui).

Em outras oportunidades já comentamos sobre os danos que os acidentes ocasionam para a sociedade e, especialmente para as famílias diretamente afetadas, principalmente quando há ocorrência de mortes ou vítimas graves. (Clique aqui e relembre). Vou agora falar um pouco do impacto dessas ocorrências na minha manhã de hoje.

Normalmente vou ao meu trabalho de metrô. Todavia, hoje eu tinha uma série de compromissos externos e resolvi sair de casa usando o carro, pois acreditava que ia ser mais rápido, visto a flexibilidade que o carro proporciona. Liguei o rádio e coloquei nas notícias de trânsito, que não paravam de anunciar esses acidentes que acabamos de comentar. Os repórteres de plantão também anunciavam as vias, quase todas congestionadas, inclusive a que eu ia utilizar, a EPTG. Pensei: vou ter que enfrentar isso.

Ocorre que peguei congestionamento ainda dentro de Águas Claras em vias que nunca havia visto um trânsito tão caótico. Desisti de ir de carro. Voltei para casa e deixei o carro. Comuniquei lá em casa que iria adiar alguns compromissos.

Fui para a estação do metrô e peguei um trem lotado, mas pelo menos consegui ler um livro. A viagem foi bem rápida e desci na Estação Central. Na Rodoviária do Plano Piloto, eu fui a um totem buscar informações de ônibus para a L2 Sul. Lá indicava as baias e os horários. Até que haviam muita oferta de ônibus para mim. Embarquei em um ônibus novo da Linha 114, operado pela Pioneira (Área 1). Apesar do atraso para sair, a viagem foi bem tranquila.

Gostei do sistema de acessibilidade eletrônico para cadeirantes que permite melhor embarque e desembarque. Havia uma usuária cadeirante no nosso ônibus. Quando ela foi desembarcar, o cobrador teve que sair do seu posto para acionar eletronicamente o elevador. A usuária não precisou de outra ajuda, por conta própria conseguiu desembarcar. Muito bom essa independência! O tempo total para o desembarque foi cerca de 1 minuto. Só acho que o sistema poderia ser acionado pelo próprio motorista, sem necessidade de sua ausência do posto de trabalho.

Desci na parada da 608 Sul. Resolvi o que tinha para resolver e na saída do estabelecimento um casal de pessoas com deficiência visual me pediu ajuda para atravessar a Av. L2 Sul. Prontamente procurei auxiliá-los. A mulher segurou no senhor que colocou sua mão esquerda no meu ombro e assim fui guiando-os. Passamos na faixa de pedestre semaforizada. Foi bem tranquilo, exceto a parte de uma poça d'água junto à rampa da calçada. Avisei-os sobre a poça. Eles tentaram esticar ao máximo as pernas, mas não teve jeito, acabaram acertando a poça que possuia dimensões bem generosas. Após a travessia da L2 Sul, me prontifiquei de levá-los até a parada de ônibus, mas eles me disseram que estavam tranquilos e que poderiam continuar a viagem a sós. Tenho um colega que também tem deficiência visual e ele me disse que para um cego o que mais importa é a sua independência. Voltei a travessar a via L2 Sul para poder pegar meu ônibus no outro sentido, desta vez rumo ao meu trabalho.

Hoje eu fiquei triste em saber a quantidade e gravidade dos acidentes. Fiquei também frustado em não poder resolver tudo aquilo que havia planejado. Porém, hoje foi um dia que aprendi um pouco mais sobre as dificuldades que muitas pessoas levam em suas vidas em função de algum tipo de restrição e como essas pessoas lidam para tentar resolver suas necessidades, mesmo em uma cidade que ainda carece de infraestruturas de acessibilidade.

Um grande abraço!
Higor Guerra.

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